“A” CHEGADA
Estava meio zonzo ainda, sentado
na guia esperando o metabolismo se reequilibrar, tentando entender o que havia
acabado de acontecer após terminar meu primeiro triathlon em novembro de 1997
na USP, quando vi um competidor passando a linha de chegada com um Bebê no
colo.
O pai bastante emocionado, o bebê
sem entender nada, mas rindo. Aí chegou a mãe, todos sorrindo comemorando e se divertindo.
Treze anos se passaram, foram 60
provas de triathlon, dentre as quais 4 Ironman´s, 17 meio-ironman´s, inúmeros
shorts e olímpicos e algumas provas de corrida. Cada uma com sua emoção, o
primeiro triathlon, o primeiro olímpico, o primeiro meio, o primeiro Iron, a
primeira meia, a primeira maratona etc...!
Em maio de 2010, fiz meu último (?) ironman, e cheguei com a minha maior parceira, torcedora, amiga,
incentivadora,minha esposa Dê (Andressa). Essa foi
também a primeira chegada do Lucas (na barriga da mamãe), o que já foi motivo
para emoção de sobra para um manteiga derretida como eu (que choro em comédia
romântica e final de novela ).
Em agosto de 2011 voltei a
competir após o nascimento do Lucas, me inscrevi para o Troféu Brasil na USP e
combinamos tudo para poder realizar o sonho da chegada com o filho aguardado e
planejado a tanto tempo.
Naquele dia estava um frio polar de
8 graus e quando acordei, disse para a Dê não se preocupar e ficar em casa com
o Lucas, afinal um local aberto, com chuva não é o local mais indicado para um
bebê, então, com nove meses. Mas qual não foi minha surpresa ao sair para
correr e ver a Dê com o Lucas todo encapotado e de gorrinho e ouvir um “VAI
PAPAI!!”. Nem preciso dizer que o choro veio até a garganta e voltou!! Passei
os 10km imaginando a chegada, pensando a pose da foto etc... mas na última hora
o Lucas, respeitando seu relógio biológico começou a chorar e a Dê teve que ir
ao carro buscar alguma comida para ele e... cheguei sem eles... Sem problemas,
encontrei-os na área de transição pós-prova, rimos da situação e fomos para
casa.
Fevereiro de 2012, Internacional de Santos, situação
totalmente oposta àquela de São Paulo em agosto! Trinta e três graus, um
inferno! Não havia visto a DÊ e o Lucas na saída para o pedal ou na corrida,
nem tinha ouvido o tradicional “VAI LINDOOOOO!!!”. Eu quase morto e já meio
insatisfeito pelo meu tempo na corrida, vejo a Dê segurando o Lucas e me
esperando na chegada. Peguei-o por cima da grade e fomos correndo por aqueles
30 intermináveis metros correndo na areia com 12 kg adicionais nos braços,
cansado até o último fio de cabelo, mas com um sonho realizado.
Não foi a prova mais difícil da
minha vida, não foi a que mais sofri, não foi a mais longa, não foi o melhor
tempo, mas nada disso importou naquele momento, pois foi, sem sombra de dúvida,
a chegada mais esperada e a mais emocionante destes 13 anos de esporte.
Muitos vivem procurando a
felicidade. Felicidade não é uma coisa se tem 100% do tempo, felicidade vai e
volta diversas vezes na nossa vida e eu não posso reclamar, pois ela tem
voltado e ficado bastante tempo na minha.
Tenho vários momentos felizes; os
almoços de domingo com meus pais, irmãos e sobrinhos, feijoada de sábado nos
meus sogros, o dia que conheci a DÊ, o dia que pedi a Dê em casamento, o dia
que nos casamos, minha primeira chegada com o Lucas e tantos outros momentos
que não caberiam aqui e outros ainda por vir.
Nesses momentos fui o homem mais
feliz do mundo! E tenho sido com
frequência.
E você? O que te deixa feliz?
Abraços e bons treinos!
Betão, é como eu coloquei num post no meu blog, sem saber tempo ou colocação, eles acham a gente uns animais e nos admiram.
ResponderExcluirPoder cruzar a linha de chegada com filho só faz sentido quando fazemos isso.
Parabens pela força !
Abs
muito legal esta história meu amigo!! parabéns pela familia linda e pela disciplina que vc mantém numa cidade louca como esta!!
ResponderExcluirabração
Guigui
Bacana! Parabéns Beto!! Pena que a prova foi no dia do aniversário do Davi. Adoraria ter tido vcs lá!
ResponderExcluirAbraço,
Valéria
Ri é como meu sobrinho que quando conheceu o Gustavo Borges, disse; "Você só nada? Meu tio nada, pedala e corre!"
ResponderExcluirSer o herói do sobrinho e do filho não tem preço!
Beto Nitrini,
ResponderExcluirHá mais de 20 anos atras, na escolinha do Fábio Alegretti, eu ate agüentava correr atras de voce, mas agora eu acho que não da mais...rsrsrsrsrs
Muito bacana essa história.
Um grande abraço.
Calique (açaí)
Valeu Calique!!! Quanto tempo hein? Encontro sempre com seus irmãos!
ExcluirAbs
Cara, achei seu blog através do Max ou Ciro, não sei bem. O que importa é que a identificação foi imediata na descrição do seu espaço. Também acho que esposa, filhos, pais são parte ativa das nossas conquistas.
ResponderExcluirFiquei emocionado ao longo do seu post e me vi em algumas situações:um cartaz na maratona de SP que dizia "Corre papai, corre", colocado no 13º km, a enorme vontade de cruzar uma linha de chegada com a Júlia, minha filha, realizado em grande estilo no Ironman Brasil 2011 (até então foram inúmeras tentativas....mas sempre tinha um soninho, uma mamadeira no meio do caminho). Agora o sonho a ser percorrido é cruzar a linha com a Julia e o Guilherme, nascido há 1 mês. (Entendo perfeitamente a parte dos intermináveis 30 metros)
Ahhhhh...e não sou do clube do dino tri....mas também sou da época da sunga....e das inevitáveis assaduras.
Abraço
Daniel