Meus amores

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terça-feira, 27 de setembro de 2011

TRIATLETAS DE ALMA


(Todas, ou quse todas, as tocas das provas que participei nesses 13 anos)
Normalmente não sou muito fã dos saudosistas. Acredito que pessoas que vivem achando que “naquela época sim, as coisas eram boas”, se fecham para as inovações. Mas ao participar das duas últimas etapas do Troféu Brasil de Triathlon e constatar o quanto se apequenou aquele que era o circuito mais legal do nosso esporte, confesso que senti saudades do tempo que a prova era lotada e triatleta era quem fazia triathlon e não quem faz ironman!
Lembro-me da primeira vez que alinhei na largada de um short em Santos, 1997 eu acho... Custava pouco mais de R$70,00, era uma das poucas opções de provas de triathlon no Brasil. O circuito era bem legal, havia provas em Santos, Rio de Janeiro (a mais legal de todas), São Paulo e Nova Lima (BH, cheia de subidas). As provas eram cheias (cheia naquela época era algo em torno de 500 atletas loucos o suficiente para fazer triathlon).
Lembro que nadávamos, corríamos e pedalávamos de sunga, com uma camiseta regata toda amassada dentro da toca de natação (pode acreditar, CABIA) o número de prova enrolado dentro da sunga preso com elástico e os cadarços dos tênis eram feitos com elásticos das pastas da escola (lembram-se?). Não havia skinsuits, roupas tecnológicas que podiam ser usadas para nadar, pedalar em correr. As bikes eram todas de alumínio (garfo de carbono era um luxo só para muito poucos), bikes de ciclismo adaptadas (com clip), rodas de competição, capacete aero (???) nem os profissionais tinham isso.
Nessa época meu objetivo era ficar entre os 10 da minha categoria no short, consegui isso no Rio de Janeiro( não me lembro o ano) com 1:02:49 (guardo todas as tocas de todas as provas que fiz com a colocação e o tempo), a catega era forte (Kleinubing, José Fabrício, Adriano Bastos)
Ontem pouquíssimos atletas, prova quase vazia, não havia 10 profissionais no masculino. Uma pena... Claro que o preço afasta (está caro demais, infelizmente o Triathlon É um esporte elitizado, não há como negar. E os organizadores perceberam isso, podem por preço que o mercado paga. E se há consumidores, por que reduzir o preço?). Mas acho que a razão deste esvaziamento é resultado da migração dos atletas para provas de Longa distância.
Hoje parece que o legal é fazer Ironman e Meio-Ironman, como se estas fossem as únicas distâncias desafiadoras do triathlon. Claro que um sub-10 no ironman é desafiador (desisti dessa meta por míseros 8 minutos), mas tente correr abaixo dos 40 minutos os 10k, pedalar para 40 de média nos 40K, fazer um short abaixo de 1h05, 1h00.
Os desafios estão aí! Encontre o seu, seja ele num short, num olímpico, num meio, num Iron, numa prova de 5K, 10K, 21K, maratona, Biathlon, Duathlon.
Eu gosto de triathlon! Seja ele Short ou Ironman, ou alguma distância louca que alguém inventar eu estarei lá! Como diz meu amigo e ídolo Eduardo José Kleinubing, somos TRIATLETAS DE ALMA!!
Felizmente hoje o número de Triatletas aumenta a cada dia, mas os TRIATLETAS DE ALMA são uma espécie em extinção...
Ser um triatleta é querer nadar, pedalar e correr o mais rápido possível qualquer distância! Não é mais triatleta quem faz a prova mais longa e sim aquele que VIVE esse esporte! Pois como todos aqui sabem, sem querer ser piegas, Triathlon não é esporte! É ESTILO DE VIDA!!!
Abraços galera! Bons treinos, juízo e prudência!