Meus amores

Meus amores

terça-feira, 12 de junho de 2012

O PREÇO (E O GLAMOUR) DO SONHO





O preço (e o glamour) do sonho



                no último dia 01 de junho foram abertas e encerradas as inscrições do IRONMAN BRASIL 2013. Pelo que ouvi (boato ou não é a informação que eu tenho) as inscrições se esgotaram em 18 minutos. Mesmo com muitos atletas reclamando do “alto” valor da inscrição.

                O que eu quero discutir aqui é exatamente a questão do “alto” valor da inscrição.

                Eu, como muitos amigos triatletas, trabalho na área comercial e tenho alguma experiência na  área de marketing, por isso me sinto à vontade para discutir o assunto formação de preço.

                Como se forma o preço de um produto? Quem forma o preço de um produto?

                Na maioria dos casos (como a empresa em que trabalho) a formação do preço de um produto é feito de fora para dentro, ou seja, do mercado para a empresa, logo quem define o preço de um produto é o MERCADO E OS CONSUMIDORES. QUANTO O MERCADO ESTÁ DISPOSTO A PAGAR PELO SEU PRODUTO?

                E o que é o IRONMAN BRASIL (ou qualquer outra prova de Triathlon)? UM PRODUTO!  E o que é a Latin Sports (ou qualquer outra empresa organizadora de eventos)? UMA EMPRESA COM FINS LUCRATIVOS.

                Isto posto vamos à discussão do “alto” preço da inscrição. Se as inscrições foram abertas em 01/06/2012 às 11h00min e se esgotaram às 11h18min, o preço pode ser “antipático” para alguns consumidores, mas mercadologicamente falando está longe de estar alto.

                Pois o IRONMAN como produto tem um atributo que todos buscam em seus produtos. ELE É UM OBJETO DE DESEJO, UM SONHO. E SONHO NÃO TEM PREÇO! Quem é casado sabe o que significa “o casamento” para a sua esposa. E sabe que as empresas se “aproveitam” desse fator para inflacionar o preço. Tudo dentro do normal e da regra de mercado.

                Alto é o valor cobrado em provas como o Troféu Brasil, que já foi um circuito extremamente competitivo e hoje está esvaziado de atletas e patrocinadores, pois essa lógica de mercado (elasticidade do preço x demanda) é negligenciada pelo organizador.

Se você coloca um preço que afasta o consumidor do seu produto e o leva para produtos concorrentes, seu preço está claramente errado. Ou está fora de mercado (alto) ou é considerado caro para o produto oferecido. Fechar os olhos para isso é matar lentamente o produto.

                Outra observação importante, quando fiz meu primeiro Ironman em 2002, as inscrições não se esgotavam (se não me engano largaram 600 atletas), inclusive era possível fazer a inscrição na expo! Eu fiz a minha em março daquele ano e paguei na época US$ 280, o que equivalia a aproximadamente R$750,00.

                Nesses 10 anos muita coisa mudou, o triathlon cresceu e o IRONMAN cresceu mais ainda, o valor da prova dobrou, mas a estrutura oferecida melhorou (e muito).

                Acho que o problema aqui (no Brasil) não é o preço, e sim a falta de opções de provas.  Hoje temos pelo mundo diversas provas na distância de 140.6 e 70.3 (Great Floridian, Roth Chalenge, REV3 etc...) que são tão bem organizadas como o IM, mas não tem o GLAMOUR de um IRONMAN e talvez por isso sejam opções mais baratas e menos procuradas por atletas.

                Se houvesse, no Brasil, alguém disposto a organizar provas nas distâncias 70.3 ou 140.6 sem o “selo” Ironman, será que esgotariam como o IM? Será que com provas de qualidade com preços mais baixos (por não terem o selo IM) não criariam concorrência com o IMB e com isso o preço cairia?

                Aí se abre outra discussão; o que os atletas buscam? O objetivo de cumprir a distância de 70.3 ou 140.6 ou o Glamour de uma prova com o selo IRONMAN? Por que se as pessoas buscam o glamour do IM, temos que saber que glamour tem preço e este só pode ser considerado alto, a partir do momento em que ninguém comprar. Até lá o preço, sob o ponto de vista de marketing e comercial, está correto.



Abs, bons treinos!