Meus amores

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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

"A" CHEGADA




“A” CHEGADA

Estava meio zonzo ainda, sentado na guia esperando o metabolismo se reequilibrar, tentando entender o que havia acabado de acontecer após terminar meu primeiro triathlon em novembro de 1997 na USP, quando vi um competidor passando a linha de chegada com um Bebê no colo.

O pai bastante emocionado, o bebê sem entender nada, mas rindo. Aí chegou a mãe, todos sorrindo comemorando  e se divertindo.

Treze anos se passaram, foram 60 provas de triathlon, dentre as quais 4 Ironman´s, 17 meio-ironman´s, inúmeros shorts e olímpicos e algumas provas de corrida. Cada uma com sua emoção, o primeiro triathlon, o primeiro olímpico, o primeiro meio, o primeiro Iron, a primeira meia, a primeira maratona etc...!

Em maio de 2010, fiz meu último (?) ironman, e cheguei com a minha maior parceira, torcedora, amiga, incentivadora,minha esposa Dê (Andressa). Essa foi também a primeira chegada do Lucas (na barriga da mamãe), o que já foi motivo para emoção de sobra para um manteiga derretida como eu (que choro em comédia romântica e final de novela ).

Em agosto de 2011 voltei a competir após o nascimento do Lucas, me inscrevi para o Troféu Brasil na USP e combinamos tudo para poder realizar o sonho da chegada com o filho aguardado e planejado a tanto tempo.

Naquele dia estava um frio polar de 8 graus e quando acordei, disse para a Dê não se preocupar e ficar em casa com o Lucas, afinal um local aberto, com chuva não é o local mais indicado para um bebê, então, com nove meses. Mas qual não foi minha surpresa ao sair para correr e ver a Dê com o Lucas todo encapotado e de gorrinho e ouvir um “VAI PAPAI!!”. Nem preciso dizer que o choro veio até a garganta e voltou!! Passei os 10km imaginando a chegada, pensando a pose da foto etc... mas na última hora o Lucas, respeitando seu relógio biológico começou a chorar e a Dê teve que ir ao carro buscar alguma comida para ele e... cheguei sem eles... Sem problemas, encontrei-os na área de transição pós-prova, rimos da situação e fomos para casa.

Fevereiro de 2012, Internacional de Santos, situação totalmente oposta àquela de São Paulo em agosto! Trinta e três graus, um inferno! Não havia visto a DÊ e o Lucas na saída para o pedal ou na corrida, nem tinha ouvido o tradicional “VAI LINDOOOOO!!!”. Eu quase morto e já meio insatisfeito pelo meu tempo na corrida, vejo a Dê segurando o Lucas e me esperando na chegada. Peguei-o por cima da grade e fomos correndo por aqueles 30 intermináveis metros correndo na areia com 12 kg adicionais nos braços, cansado até o último fio de cabelo, mas com um sonho realizado.

Não foi a prova mais difícil da minha vida, não foi a que mais sofri, não foi a mais longa, não foi o melhor tempo, mas nada disso importou naquele momento, pois foi, sem sombra de dúvida, a chegada mais esperada e a mais emocionante destes 13 anos de esporte.

Muitos vivem procurando a felicidade. Felicidade não é uma coisa se tem 100% do tempo, felicidade vai e volta diversas vezes na nossa vida e eu não posso reclamar, pois ela tem voltado e ficado bastante tempo na minha.

Tenho vários momentos felizes; os almoços de domingo com meus pais, irmãos e sobrinhos, feijoada de sábado nos meus sogros, o dia que conheci a DÊ, o dia que pedi a Dê em casamento, o dia que nos casamos, minha primeira chegada com o Lucas e tantos outros momentos que não caberiam aqui e outros ainda por vir.

Nesses momentos fui o homem mais feliz do mundo!  E tenho sido com frequência.

E você? O que te deixa feliz?


Abraços e bons treinos!