Meus amores

Meus amores

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Esse cara tá tomando!!

(foto postada por Renato Fabri)
 

Com o caso Lance Armstrong e após a divulgação da notícia de quem um atleta campeão da categoria 55-59 no mundial de 70.3 em Las Vegas, o assunto doping tomou espaço nas discussões de todos os atletas, sejam eles amadores ou profissionais. E as opiniões se dividem com relação aos dois casos. Por isso decidi escrever aqui a MINHA OPINIÃO (que fique bem claro).

Caso Lance Armstrong:

Minha impressão pessoal sobre LA; um sobrevivente do câncer que conseguiu de maneira fantástica, retomar sua vida e, mais do que isso, voltar a ser um atleta de Elite.
Esses feitos já seriam suficientes para colocá-lo em um patamar de visibilidade e notoriedade para o resto da sua vida, divulgando sua "fundação", angariando patrocínios etc...

Mas a ganância do ser humano (e das empresas e instituições que o cercam) não permitiram que ele parasse por aí.
Foi então criada uma rede de mentiras, envolvendo atletas, dirigentes, médicos, patrocinadores etc... Que se mostrou uma organização criminosa digna de José Dirceu e seus aceclas.
 
Criminosa SIM, pois alterar resultados de eventos esportivos é crime e é isso que foi feito.

Após toda esta investigação LA foi banido do esporte e perdeu todos os seus 7 títulos da volta da França.

Justo? Claro!
Ele é o único que usa substâncias ilícitas? Claro que não!
Agora é aproveitar o momento e fazer uma limpeza no Ciclismo! Testem todos os atletas do Pro Tour, do primeiro ao último, quantas vezes forem necessárias para devolver a credibilidade ao Ciclismo.

Alguns dizem que o atleta profissional ao se dopar, o faz como influência do meio. Assim como um jovem que fuma ou bebe para ser aceito pelos seus pares. BOBAGEM! Um jovem que fuma ou bebe para ser aceito pelos amigos, o faz por BURRICE! O Atleta que se dopa por influência do meio o faz por falta de caráter! Por querer levar vantagem de forma ilícita!

Lance Armstrong é um herói?
Na luta contra o Câncer; SIM! (e não me venham com teorias da conspiração de que ele forjou a doença para se dopar, acho que é um pouco demais)
No esporte, DE JEITO NENHUM!

Doping entre os amadores:

Quantas vezes não ouvi a frase: ESSE CARA TÁ TOMANDO!!!

Dirigida à amigos, conhecidos e à mim mesmo.
Quando o Mundo Tri divulgou que testariam os amadores em KONA, houve nas redes sociais uma chuva de posts do tipo: "agora pegam todo mundo!", "agora eu quero ver", "a casa vai cair para vários" etc...
E quando foi anunciado que um atleta campeão do 55-59 foi pego no anti-doping foi a mesma coisa: "se pegou só um foi pouco!",  "foi um faltam vários"...

De novo, MINHA OPINIÃO, acho que tem muita gente que quer justificar seu desempenho, ou o não atingimento de uma meta pessoal, diminuindo o sucesso alheio. Ou seja, eu não consegui a vaga, ou o pódium, mas todos esses caras que chegaram na minha frente "tomam", ou "não trabalham"...

Vocês já viram o que esses caras treinam? Há quanto tempo treinam? O histórico esportivo deles? Tem muita coisa envolvida no "andar muito" além do "tomar alguma coisa".

Tem gente que usa substâncias ilegais? Claro que tem! Mas não são todos e não são a maioria!
Vamos nos focar nos nossos treinos, na nossa alimentação, na nossa rotina e nos nossos resultados, que tenho certeza, seremos mais felizes fazendo nosso esporte.

E digo mais, vamos esquecer um pouco os resultados! Vamos treinar, vamos nos divertir, vamos dar risada. Pois como disseram meus amigos Luiz Eng e Daniel Bettito, TREINAR É MUITO MAIS LEGAL QUE COMPETIR!!!

Abs e bons treinos!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

TRISTAR 111 RIO DE JANEIRO - Minhas impressões e opiniões


 
Como o assunto tem gerado muitos posts nas mídias sociais e tomado grande parte das conversas entre o pessoal, vou aproveitar esse espaço para fazer algumas considerações sobre a prova. Se estou certo ou errado cabe a vocês analisarem, pois esta é a visão que eu como atleta tive da prova.

 

1)   Entrega dos Kits:

Muito bem organizada, staffs gentis e preparados e informações claras.

Expo ainda pequena, afinal o Evento ainda não tem tradição, mas creio que isso pode vir a acontecer.

 

2)   BIKE CHECK IN:

Também muito bem organizado no mesmo nível da entrega dos Kits.

Vale ressaltar aqui a preocupação da organização com os racks para a colocação das bicicletas. Sem dúvida nenhuma, os melhores que já vi até hoje nesses quase 15 anos de triathlon.

 

3)   ÁREAS DE TRANSIÇÃO (minha opinião; não sei quais foram as reais necessidade disso)

Achei desnecessária a criação de duas áreas de transição diferentes (para quem não foi, a T1 era em um local e a T2 em outro). Mas não creio que isso seja ponto negativo ou positivo. Se bem organizado não há problema. E durante a prova não senti nenhum prejuízo causado por esta situação.

 

4)   NATAÇÃO:

Faltou a montagem do “curral” de largada, ou uma faixa, ou algo que delimitasse a área de largada.

A mudança do percurso na última hora atrapalhou um pouco também (provavelmente esta mudança teve algo à ver com a ondulação e ventos, gostaria de saber a razão). Mas creio eu que se as boias que sinalizavam o percurso fossem maiores (eram cubos de aproximadamente 1,5m de lado) e com cores mais contrastantes (eram pretas ou brancas) seria mais fácil a navegação.

 

5)   CICLISMO:

Com relação ao percurso nada a comentar, as juntas de dilatação na Perimetral são chatas, mas não chegaram a ser problemas, tanto que não me lembro de ter visto atletas com pneus furados nesta parte do percurso. O asfalto estava em bom estado. Quem pedala na USP, na Av. Portuária em Santos, como eu deve ter achado um tapete!

Acho que o tamanho do percurso x o número de atletas é que foi equivocado, 5 voltas de 20km com mais de 600 atletas era óbvio que ia dar confusão. E é aí que vem minha indignação.

Recebemos alguns dias antes da prova um Briefing com slides com o regulamento da prova, onde um dos slides fazia referência ao controle de vácuo.

É sabido que o controle de vácuo é um problema mundial. Quem acompanhou o Ironman em Kona este sábado sabe do que estou falando. Porém a solução não está nas mãos da organização ou dos atletas somente. É uma solução compartilhada entre as duas frentes.

Os atletas tem que conhecer a regra e cumpri-la. E a organização tem que fazer a regra ser cumprida (sem medo). Sempre que há a sensação de impunidade, infelizmente a maioria tende a descumprir as regras em benefício próprio quando a fiscalização é falha. Constatação triste, MAS REALISTA.

 

Desculpas de atletas do tipo:

1)               Era impossível não andar na roda!

2)               Estava todo mundo na roda. Então fui também

3)               Eu estava puxando o pelotão o tempo todo, só na hora que fotografaram ou filmaram é que reduzi e fui engolido pelo pelote.

Não são cabíveis! Eu mantive meu ritmo dentro do meu plano e dentro daquilo que sei que sou capaz durante os 100km, fui ultrapassado por 3 pelotes e não entrei em nenhum deles. E quem quiser fazer isso pode fazer sem problema nenhum.

Com relação à organização; se existe uma regra que diz que existe uma área de vácuo compreendida por um retângulo de 7m x 3m, onde nenhum atleta pode permanecer por mais de 15 segundos durante as ultrapassagens, a organização tem que cumpri-la com rigor, seja com 1, com 10 ou com TODOS os atletas que descumprirem a regra! Se durante o percurso os atletas começam a ver outros atletas sendo penalizados com cartões, “stop and go”, penalty box etc... a reincidência diminui. Pois como eu disse, quando há percepção por parte dos atletas que a regra está sendo cumprida, eles tendem a se policiar.
Quando a prova termina e você está de cabeça quente, sua primeira reação é xingar tudo e a todos, procurar fotos que comprovem que houve pelotões na prova, postar os nomes de quem estava no vácuo. Mas passado o tempo, você percebe que não são estas as atitudes mais corretas. O melhor a fazer é sentar e escrever sua opinião e encaminhar aos organizadores buscando o melhor para o seu esporte.
              
Ainda no percurso do ciclismo o ponto de hidratação apresentava alguns problemas. Era muito curto, com poucos staffs e com garrafas tradicionais de água e/ou isotônico. O que tornava impossível que os atletas levassem a água, pois estas garrafas além de não possuírem as tampas “esportivas” não cabem nos suportes das bicicletas.

A entrada para T2 estava muito mal sinalizada o que causou confusão e até fez com que alguns atletas fossem “obrigados” a dar uma volta a mais, pois passaram do ponto de entrada e ouve desencontro de informações com os staffs.

6)   CORRIDA:

A área da T2 não apresentou nenhum problema digno de nota. Assim como o percurso da corrida.

7)   DISPERÇÃO E ENTREGA DAS SACOLAS:

A entrega dos kits foi confusa, talvez pela existência de duas áreas de transição o que dificultou a logística das 3 sacolas (street, bike, run).

8)   RESULTADOS:

 

Ainda não temos até o momento (17/10, 09:11 a.m) os resultados com as parciais divulgados.

 

Como eu disse anteriormente, essa é a minha visão sobre a prova e pontos que podem ser melhorados.

São vários pontos, mas nenhum deles me faria deixar de participar de uma próxima etapa que, por ventura, venha a ser realizada.

Fiz meu primeiro Triathlon em 1998, meu primeiro Long Distance em 2000 e meu primeiro Ironman em 2002, se eu me deixasse levar pelas primeiras impressões das provas naqueles momentos, talvez não estivesse praticando o esporte que amo até hoje.

Nosso esporte é carente de provas e de empresas organizadoras, se quando aparecer uma empresa disposta a realizar novos eventos, todos nos unirmos para destruir a prova, criticar pura e simplesmente. Nosso esporte não evoluirá. Cabe a nós como atletas apoiarmos as iniciativas, demonstrarmos nossas insatisfações e ajudarmos como pudermos.

 

Uma sugestão que eu gostaria de colocar para os organizadores é que numa próxima etapa, considerem a hipótese de conceder um desconto para aqueles atletas que prestigiaram a primeira etapa, assim como foi feito pela WTC com o primeiro 70.3 Miami que apresentou algumas falhas também.

 

Fico a disposição dos organizadores para ajudar como eu puder e naquilo que acharem que está ao meu alcance.

 

Abraços e bons treinos!

 

 

 

 

 

               

               

               

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

"Esporte Olímpico" Brasileiro


A cada quatro anos o brasileiro parece se lembrar de que existem outros esportes além do futebol.  Durante os meses de Julho e Agosto, todos viram admiradores de nadadores, ginastas, atletas, triatletas, decatletas, levantadores de peso e, obviamente, jogadores de Futebol.

O grande problema é que o Brasil não tem cultura esportiva (bom, o Brasil não tem cultura nenhuma, mas isso é tema para outra discussão), no Brasil ou o cara é campeão ou o cara é um lixo! Ou é herói nacional, ou é a vergonha do país!

É justo isso?

Óbvio que não!

O governo brasileiro (o atual ou seus antecessores) NUNCA investiu no esporte! Nunca houve no Brasil um projeto de transformar o país numa potência olímpica. Como se justifica o Brasil, um país com 200.000.000 de habitantes ficar atrás da Argentina (40.000.000 hab), ou de Cuba (11.000.000 hab) no quadro de medalhas?  Será que nesta população toda só existem talentos para o futebol?

Nas potências Olímpicas, Estados Unidos e China, principalmente existem observadores em campeonatos infantis, juvenis de todas as modalidades para pinçar talentos e moldá-los para serem futuros campeões. Segundo uma entrevista que assisti no Sportv com um técnico do programa olímpico americano ele disse que são necessárias 500 crianças selecionadas para cada campeão estadual, 5.000 para um campeão nacional e 100.000 para um campeão olímpico! Não sei se eram estas exatamente as proporções, mas era algo em torno disso.


No Brasil não temos sequer campeonatos infantis, juvenis ou universitários bem organizados! Como podemos selecionar futuros campeões?!?!

O que acontece aqui é que os atletas são descobertos “por acaso” quando já são juvenis, indo para a idade adulta! Ou nem são descobertos, eles aparecem! Caso de Gustavo Kuerten, Cesar Cielo, Gustavo Borges, Maureen Magi, Fabiana Murer, etc...

Esses atletas, depois de anos de dedicação e investimento próprio e de suas famílias são “apadrinhados” pelo COB (que tem uma administração lamentável), na fase que já “não precisam tanto”. Afinal depois de apresentar resultados, eles têm patrocínios, apoios e conseguem manter-se treinando, mesmo sem o apoio do COB, aliás muitos, para se manterem competitivos treinam fora do país.

E quando esses atletas que, apesar da indiferença do país se aposentam o que acontece com eles? Montam projetos próprios para fomentar o esporte, diversificam atividades, mas a maioria deixa o esporte.

Michael Johnson (ex-recordista mundial dos 100m rasos) hoje treina jovens do projeto olímpico norte-americano. Assim como Joaquim Cruz (ouro olímpico nos 800m em Los Angeles 1984). Sim Joaquim Cruz é técnico nos EUA e NÃO NO BRASIL!

O Brasil gasta mais para levar a comitiva do Governo para as olimpíadas que na geração de talentos olímpicos para o país.

Eis que então começam os Jogos Olímpicos e vejo comentaristas e cidadãos usando expressões como “amarelou”, “sentiu a pressão”, “vergonha para o país” etc...

Vergonha de quê? Amarelou para quem?

Façamos uma analogia para que fique claro para quem nunca participou de uma competição esportiva.

Exigir medalha de um atleta brasileiro é o mesmo que exigir que uma criança no ensino fundamental que estudou nas piores escolas públicas, passe no vestibular da FUVEST concorrendo com alunos do ensino médio que estudaram nas melhores escolas do país!

Atletas olímpicos brasileiros são heróis! Eles estão lá apesar do nosso país, apesar do(s) nosso(s) governo(s) e apesar do nosso POVO (que não tem noção do que é uma olimpíada) e merecem nosso respeito e admiração!

O Barão Pierre de Cobertain disse a seguinte frase (conhecida por todos); “O importante não é vencer, é competir com dignidade”.

Será que é digno competir com um uniforme preso por alfinetes? Ou com a bandeira de seu país impressa de ponta cabeça? Ou não ter o mínimo de infraestrutura para a prática de seu esporte?

Parabéns a todos os atletas olímpicos brasileiros! Vocês merecem meu aplauso e minha admiração.

Em quatro anos o povo não poderá dizer que vocês amarelam, ou que vocês envergonham o país. Pois, infelizmente, todos nós sentiremos vergonha do país que nascemos, ao vermos o quanto foi perdido (roubado) de dinheiro para que outros países que sabem achar e moldar talentos, façam a festa em nosso país (se conseguirmos organizar os jogos).
Abs,


segunda-feira, 16 de julho de 2012

É CULPA DO FUTEBOL!!!!




                Nos últimos dias, principalmente na quarta feira 04/07/2012, dia do jogo da final da Copa Libertadores  2012, entre Corinthians e Boca Jr. Na qual meu Corinthians sagrou-se campeão (hehehe). Li e ouvi muitos comentários em redes sociais, blogs, jornais etc... Onde se dizia que se o brasileiro se preocupasse com a corrupção (ou com qualquer outro problema social) como se preocupa com futebol o país seria diferente, ser falta de respeito o barulho dos rojões e culpando o futebol pela falta de investimento no esporte olímpico.



                Respeito todas as opiniões, mas discordo integralmente de todas elas e explico.

1)      Se o brasileiro se importasse com os problemas do país como se importa com futebol o país seria muito melhor.

BOBAGEM!!!! Na Espanha, na França, na Argentina, no Chile, nos EUA eles são tão fanáticos por futebol  (ou futebol americano, basquete nos EUA) como nós aqui no Brasil e mesmo assim não deixam de protestar por seus direitos quando se sentem lesados. A diferença é que o povo brasileiro ou não tem educação para protestar, ou está satisfeito em receber uma bolsa esmola, ou (como eu) já desistiu do país.



2)      O barulho feito pelos rojões e comemorações são uma falta de respeito.

BOBAGEM II! Quando há provas de triatlon, de corrida, de ciclismo são fechadas rodovias, ruas e avenidas, o narrador começa a falar e a música a rolar por volta das 6:00 da manhã!  E no réveillon? Algumas religiões não comemoram a virada do ano no mesmo dia que a maioria? Pessoal é apenas um dia e por algumas horas, mais tolerância!



3)      O futebol é o culpado pela falta de investimento nos esportes olímpicos! Enquanto um jogador de futebol ganha milhões um atleta olímpico sofre para conseguir patrocínio para ir para a Olimpíada!

BOBAGEM III!! O dinheiro que vai para o futebol não é público (não estou falando de “obras para a copa do mundo”, obviamente). Quem investe na formação de atletas são os clubes e empresários! Países como Inglaterra, Itália, Espanha, França investem tanto quanto nós, ou mais, em jogadores de futebol. Eles também ganham muito dinheiro por lá! Nos EUA, jogadores de basquete, beisebol , futebol americano e Hóquei ganham muito mais que qualquer estrela olímpica.


             O Futebol é o esporte mais praticado no mundo, e tem uma coisa que nenhum esporte consegue. Ele mistura paixão com esporte! Eu adoro triatlon, vivo este esporte há 15 anos! Mas sou fanático mesmo é pelo CORINTHIANS!  Eu não fico tenso para torcer por alguém no Ironman do Havaí e nem vou deixar de dormir para comemorar a medalha de ouro olímpico que algum brasileiro (POR MÉRITO PRÓPRIO) venha a ganhar. Mas quando tem decisão envolvendo o Corinthians...

             Esporte é muito legal, mas como disse minha amiga e CORINTHIANÍSSIMA Angel Martins; “Esporte é esporte. Futebol é futebol”.

             O que eu quero deixar claro aqui é que se você não gosta de futebol, eu entendo, assim como tem gente que não gosta de esporte nenhum. Mas colocar a culpa dos problemas do Brasil seja na parte social ou na falta de investimento no esporte olímpico no FUTEBOL, é um pouco demais. Podemos continuar adorando futebol e começar a lutar por nossos direitos, investir no esporte olímpico e na educação do povo, mas aí o buraco é beeeeem mais embaixo.

                 

Abraços

terça-feira, 12 de junho de 2012

O PREÇO (E O GLAMOUR) DO SONHO





O preço (e o glamour) do sonho



                no último dia 01 de junho foram abertas e encerradas as inscrições do IRONMAN BRASIL 2013. Pelo que ouvi (boato ou não é a informação que eu tenho) as inscrições se esgotaram em 18 minutos. Mesmo com muitos atletas reclamando do “alto” valor da inscrição.

                O que eu quero discutir aqui é exatamente a questão do “alto” valor da inscrição.

                Eu, como muitos amigos triatletas, trabalho na área comercial e tenho alguma experiência na  área de marketing, por isso me sinto à vontade para discutir o assunto formação de preço.

                Como se forma o preço de um produto? Quem forma o preço de um produto?

                Na maioria dos casos (como a empresa em que trabalho) a formação do preço de um produto é feito de fora para dentro, ou seja, do mercado para a empresa, logo quem define o preço de um produto é o MERCADO E OS CONSUMIDORES. QUANTO O MERCADO ESTÁ DISPOSTO A PAGAR PELO SEU PRODUTO?

                E o que é o IRONMAN BRASIL (ou qualquer outra prova de Triathlon)? UM PRODUTO!  E o que é a Latin Sports (ou qualquer outra empresa organizadora de eventos)? UMA EMPRESA COM FINS LUCRATIVOS.

                Isto posto vamos à discussão do “alto” preço da inscrição. Se as inscrições foram abertas em 01/06/2012 às 11h00min e se esgotaram às 11h18min, o preço pode ser “antipático” para alguns consumidores, mas mercadologicamente falando está longe de estar alto.

                Pois o IRONMAN como produto tem um atributo que todos buscam em seus produtos. ELE É UM OBJETO DE DESEJO, UM SONHO. E SONHO NÃO TEM PREÇO! Quem é casado sabe o que significa “o casamento” para a sua esposa. E sabe que as empresas se “aproveitam” desse fator para inflacionar o preço. Tudo dentro do normal e da regra de mercado.

                Alto é o valor cobrado em provas como o Troféu Brasil, que já foi um circuito extremamente competitivo e hoje está esvaziado de atletas e patrocinadores, pois essa lógica de mercado (elasticidade do preço x demanda) é negligenciada pelo organizador.

Se você coloca um preço que afasta o consumidor do seu produto e o leva para produtos concorrentes, seu preço está claramente errado. Ou está fora de mercado (alto) ou é considerado caro para o produto oferecido. Fechar os olhos para isso é matar lentamente o produto.

                Outra observação importante, quando fiz meu primeiro Ironman em 2002, as inscrições não se esgotavam (se não me engano largaram 600 atletas), inclusive era possível fazer a inscrição na expo! Eu fiz a minha em março daquele ano e paguei na época US$ 280, o que equivalia a aproximadamente R$750,00.

                Nesses 10 anos muita coisa mudou, o triathlon cresceu e o IRONMAN cresceu mais ainda, o valor da prova dobrou, mas a estrutura oferecida melhorou (e muito).

                Acho que o problema aqui (no Brasil) não é o preço, e sim a falta de opções de provas.  Hoje temos pelo mundo diversas provas na distância de 140.6 e 70.3 (Great Floridian, Roth Chalenge, REV3 etc...) que são tão bem organizadas como o IM, mas não tem o GLAMOUR de um IRONMAN e talvez por isso sejam opções mais baratas e menos procuradas por atletas.

                Se houvesse, no Brasil, alguém disposto a organizar provas nas distâncias 70.3 ou 140.6 sem o “selo” Ironman, será que esgotariam como o IM? Será que com provas de qualidade com preços mais baixos (por não terem o selo IM) não criariam concorrência com o IMB e com isso o preço cairia?

                Aí se abre outra discussão; o que os atletas buscam? O objetivo de cumprir a distância de 70.3 ou 140.6 ou o Glamour de uma prova com o selo IRONMAN? Por que se as pessoas buscam o glamour do IM, temos que saber que glamour tem preço e este só pode ser considerado alto, a partir do momento em que ninguém comprar. Até lá o preço, sob o ponto de vista de marketing e comercial, está correto.



Abs, bons treinos!


quinta-feira, 22 de março de 2012

Respeito é bom e todo mundo gosta.


  
                                        
Formas inteligentes de protesto também existem...


                Tenho acompanhado, com satisfação, o crescimento do interesse dos brasileiros, especificamente dos paulistanos pelas bicicletas.

                Isso é ótimo, o ciclismo como esporte, como lazer ou como meio de transporte (bicicleta é sim meio de transporte Sra. Mônica Waldvoegel) tem uma função social importante, integrando as pessoas, melhorando a qualidade de vida, a saúde e por que não encurtando distâncias.

                Com a inauguração das ciclovias da marginal pinheiros, da ciclo faixa de lazer e de uma ou outra ciclovia na cidade (que ainda ligam nada a lugar nenhum?) , é impossível não notar o aumento das magrelas.

                Mas esse aumento não está restrito aos finais de semana, ou às madrugadas na USP (para a galera que treina), todos os dias quem está no carro, na moto, no ônibus, na van, na perua escolar no trânsito de São Paulo, tem visto aumentar o número de bicicletas circulando na cidade.

                O que é solução de locomoção para alguns é problema para muitos! Pois a maioria das pessoas não quer dividir o espaço, já restrito para os veículos automotores, com esses “novos entrantes”.  E desde os primórdios da humanidade a luta por espaço é o principal motivo dos conflitos.

                Infelizmente com o aumento do número de pessoas usando a bicicleta (não vou dizer ciclistas, por que ciclista é uma coisa, usuário de bicicleta é outra) é de ser esperar que haja um aumento do numero de acidentes envolvendo estes usuários.

                Semanas atrás uma usuária de bicicleta foi atropelada e faleceu na Avenida Paulista, gerando protestos de cicloativistas que decidiram então “fechar” a mesma avenida para demonstrar sua indignação contra esse fato e exigir respeito aos “ciclistas”.

                Aí vem meu questionamento. Como exigir respeito, desrespeitando o direto de ir e vir dos outros?

Desde pequeno aprendi com meus pais que meus direitos terminam onde começam os dos outros.  Os cicloativistas tem o direito de protestar, de exigir o espaço deles, mas sem atingir os outros! Da forma como estão conduzindo esses protestos, estamos criando o ódio aos usuários de bicicleta!

                Alguns anos atrás começou o bum das motocicletas, logo os motoboys estavam exigindo seu espaço, protestando na Avenida Paulista. Hoje os motoboys conquistaram seu espaço (o corredor entre os carros) pela força e pela intimidação. Tanto que se for feita uma pesquisa com paulistanos (não motoboys) arrisco à dizer que 90% vão responder “ODEIO MOTOBOY”!

                É isso que queremos para os “usuários de bicicleta” e ciclistas? Que as pessoas nos odeiem e nos tolerem por terem medo de protestos que piorem ainda mais o já caótico trânsito da cidade.

                Eu já escrevi isso em um post anterior, mas não custa repetir.

                Na próxima vez que você sair de casa para pedalar, lembre-se:

·         Muitas vezes os pedestres não imaginam a velocidade que andamos nas nossas bicicletas e tem dificuldade de calcular o tempo que tem para atravessar a rua, reduza a velocidade ao invés de gritar e fazer a pessoa acelerar!  (FORA DA BICICLETA TAMBÉM SOMOS PEDESTRES)

·         Use roupas clras, luzes (se pedalar à noite) e CAPACETE SEMPRE!

·         Sinalize com as mãos suas mudanças de faixa ou de direção;

·         Agradeça aqueles motoristas ou pedestres que esperam sua passagem e respeitarem sua presença (faz toda a diferença, GENTILEZA GERA GENTILEZA);

·         Ao descer da bicicleta você também é um corredor ou pedestre, portanto respeite-os;

·         Ao entrar no carro muitas vezes não é possível ver os ciclistas pelo retrovisor ou mesmo no seu campo de visão (muitas vezes não é de propósito que o motorista não deixa você passar, ELE NÃO TE VIU REALMENTE!!!);

·         Da educação que você recebeu em casa antes de xingar, agredir ou gesticular para alguém;

·         De que em qualquer acidente que você se envolva o maior prejudicado será você! Vale à pena reduzir um pouco a velocidade, mesmo em um tiro, para evitar a possiblidade de um acidente.


                Vamos lutar por nosso espaço, mas com argumentos, com inteligência e principalmente com RESPEITO!!!!        

                                            Esse símbolo não me parece coisa de quem está muito afim de respeitar os outros...

                                           Tipo do protesto que só gera revolta e ódio contra os ciclistas e prejudica a população

quinta-feira, 15 de março de 2012

Quando os Dinossauros dominavam a terra



Quando os Dinossauros dominavam a terra


No dia de Natal enviei uma mensagem aos meus amigos triatletas (Fabio Barbagli, Arthur Alvim, Zé Fabrício Pessoa, Luiz Eng, Luis Felipe Granato, Bruno D´angelo, Ricardo Ferla, Marcos Faria, Fernando Cesário, Duda Bley, Duda Kleinubing) desejando, obviamente, feliz Natal e lançando o que seria o Desafio Épico. Uma prova onde todos nós largaríamos juntos. Coisa que nesses anos todos de esporte nunca aconteceu!
Em algum momento não me lembro quando, começamos a lembrar das provas antigas que fizemos, de tudo o que já havíamos passado e decidimos que iríamos fazer uma prova como nos velhos tempos. Sem roupas tecnológicas de compressão, sem capacetes aerodinâmicos, sem gps, frequencímetro, até mesmo sem os milagrosos géis, suplementos etc... Ou seja, uma sunga, uma regata, um par de tênis, uma bicicleta e um relógio. ESTAVA CRIADO O DESAFIO DINO´S TRI!
Com a ajuda do Dino Jr., Fernando Rubino, que criou o evento no Facebook, a coisa tomou proporções bem maiores e envolveu mais gente amiga como o Ricardo Hirsch, Marcelo, LODD, Alê Giglioli,  Rogerião, Akira, Tomé, Angélica, Simone Murai e o assunto virou “notícia” nos treinos na USP. A página do “evento” no Facebook ficou cheia de fotos antigas da galera competindo em trajes sumários e ridículos (em uma delas apareço correndo de camisa de ciclismo, que mais parece uma camisa polo e sunga!!! MEU DEUS!!!!).
Finalmente o dia chegou , 11/03 na primeira etapa do Troféu Brasil estávamos (quase) todos lá, alguns abriram mão da sunga (Jacaré, Tomé, Alê), alguns não conseguiram deixar o gps de lado (Fernando Rubino), o Luiz Eng não teve coragem pra largar, mas graças à ele temos registro fotográfico do evento, mas a galera estava lá e isso foi o mais importante! (Além, é óbvio, do apoio da minha torcida particular, Dê e Lucas!!!)
A prova em si, transcorreu normalmente, mas a disputa entre os Dino´s foi sensacional!
Acho que o melhor de tudo foi juntar esse pessoal (Triatletas de alma, como diz o mestre Duda Kleinubing) que ama esse esporte, e mostrar para a galera mais nova que o “desfile” da sua bike, do seu tênis, da sua roupa não melhora em nada a sua performance. É possível para fazer triathlon de sunga e regata e andar bem (os Dinos voaram).
 Fazer algo que você gosta com pessoas que você gosta,  isso sim pode, e deve, ser mostrado e exibido com gosto!
           Na próxima etapa do Troféu na USP, já está lançado o II DESAFIO DINO´S TRI estamos preparando um evento maior, com jantar de massas na noite anterior e almoço de premiação no domingo!

Prepare sua sunga, sua regata, seu Timex Ironman de 1990 e vamos nos divertir!

                Abração e valeu DINO´S!!!!!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

"A" CHEGADA




“A” CHEGADA

Estava meio zonzo ainda, sentado na guia esperando o metabolismo se reequilibrar, tentando entender o que havia acabado de acontecer após terminar meu primeiro triathlon em novembro de 1997 na USP, quando vi um competidor passando a linha de chegada com um Bebê no colo.

O pai bastante emocionado, o bebê sem entender nada, mas rindo. Aí chegou a mãe, todos sorrindo comemorando  e se divertindo.

Treze anos se passaram, foram 60 provas de triathlon, dentre as quais 4 Ironman´s, 17 meio-ironman´s, inúmeros shorts e olímpicos e algumas provas de corrida. Cada uma com sua emoção, o primeiro triathlon, o primeiro olímpico, o primeiro meio, o primeiro Iron, a primeira meia, a primeira maratona etc...!

Em maio de 2010, fiz meu último (?) ironman, e cheguei com a minha maior parceira, torcedora, amiga, incentivadora,minha esposa Dê (Andressa). Essa foi também a primeira chegada do Lucas (na barriga da mamãe), o que já foi motivo para emoção de sobra para um manteiga derretida como eu (que choro em comédia romântica e final de novela ).

Em agosto de 2011 voltei a competir após o nascimento do Lucas, me inscrevi para o Troféu Brasil na USP e combinamos tudo para poder realizar o sonho da chegada com o filho aguardado e planejado a tanto tempo.

Naquele dia estava um frio polar de 8 graus e quando acordei, disse para a Dê não se preocupar e ficar em casa com o Lucas, afinal um local aberto, com chuva não é o local mais indicado para um bebê, então, com nove meses. Mas qual não foi minha surpresa ao sair para correr e ver a Dê com o Lucas todo encapotado e de gorrinho e ouvir um “VAI PAPAI!!”. Nem preciso dizer que o choro veio até a garganta e voltou!! Passei os 10km imaginando a chegada, pensando a pose da foto etc... mas na última hora o Lucas, respeitando seu relógio biológico começou a chorar e a Dê teve que ir ao carro buscar alguma comida para ele e... cheguei sem eles... Sem problemas, encontrei-os na área de transição pós-prova, rimos da situação e fomos para casa.

Fevereiro de 2012, Internacional de Santos, situação totalmente oposta àquela de São Paulo em agosto! Trinta e três graus, um inferno! Não havia visto a DÊ e o Lucas na saída para o pedal ou na corrida, nem tinha ouvido o tradicional “VAI LINDOOOOO!!!”. Eu quase morto e já meio insatisfeito pelo meu tempo na corrida, vejo a Dê segurando o Lucas e me esperando na chegada. Peguei-o por cima da grade e fomos correndo por aqueles 30 intermináveis metros correndo na areia com 12 kg adicionais nos braços, cansado até o último fio de cabelo, mas com um sonho realizado.

Não foi a prova mais difícil da minha vida, não foi a que mais sofri, não foi a mais longa, não foi o melhor tempo, mas nada disso importou naquele momento, pois foi, sem sombra de dúvida, a chegada mais esperada e a mais emocionante destes 13 anos de esporte.

Muitos vivem procurando a felicidade. Felicidade não é uma coisa se tem 100% do tempo, felicidade vai e volta diversas vezes na nossa vida e eu não posso reclamar, pois ela tem voltado e ficado bastante tempo na minha.

Tenho vários momentos felizes; os almoços de domingo com meus pais, irmãos e sobrinhos, feijoada de sábado nos meus sogros, o dia que conheci a DÊ, o dia que pedi a Dê em casamento, o dia que nos casamos, minha primeira chegada com o Lucas e tantos outros momentos que não caberiam aqui e outros ainda por vir.

Nesses momentos fui o homem mais feliz do mundo!  E tenho sido com frequência.

E você? O que te deixa feliz?


Abraços e bons treinos!