Meus amores

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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Ciclovias da Discórdia


De uns tempos para cá todas as discussões que envolvem temas políticos ou sociais, obrigatoriamente existem dois polos;

1)      Se o tema em questão for alguma ação do Governo do Estado de São Paulo e você é à favor, você é elite, de direita, coxinha, egoísta e não tem direito de reclamar.


2)      Se o tema em questão for alguma ação do Governo Federal ou Municipal e você é à favor, você é um esquerdopata, hippie, moderninho e tem todo o direito de defender a ideia, afinal ela é feita para ajudar quem precisa e se isso prejudica sua vida, é por que você faz parte do primeiro grupo (elite, de direita, coxinha, egoísta e não tem direito de reclamar).

Não vou nem entrar na discussão sobre o partido que controla o Governo Federal e Municipal ser de esquerda, pois não vale à pena perder tempo nisso.

Usando a introdução deste primeiro parágrafo gostaria de expor minha opinião sobre as CICLOVIAS, que se tornaram um tema recorrente e bastante controverso nas redes sociais, rádios, TV´s, jornais e revistas ultimamente.
Antes disso algumas reflexões.
Durante anos, talvez décadas, o investimento em transporte público em nossa cidade (Federal, Estadual ou Municipal) tem sido quase nulo, isso pode ser verificado pelo baixíssimo número de expansões na malha metroviária (que durante muito tempo só cresceu em extensão, com pouca ou nenhuma ramificação), quase nenhum aumento da malha ferroviária e nenhum aumento da frota de ônibus (em Agosto de 2009 tínhamos 14.778 ônibus no município de SP e em Agosto de 2014 temos 14.779, aumento de 0,01%. Então Sr. Prefeito, pintar faixas na rua não adianta nada, mas isso é outro tópico, para outra discussão).
Esta escassez de investimento faz com que o transporte público de massa fique cada vez mais lento, cada vez com pior qualidade e cada vez atraia menos passageiros. Ao somarmos à isto anos e anos de incentivos fiscais para montadoras de automóveis, facilidade de financiamento o resultado só pode ser um, AUMENTO DA FROTA DE VEÍCULOS (em 10 anos a frota paulistana aumentou 77%).
Isto posto, voltemos às ciclovias;
Se fizermos uma rápida pesquisa pela Internet, poderemos constatar que as bicicletas são excelentes meios de transporte para distâncias de até 10km em grandes metrópoles. E que em países desenvolvidos europeus e países Asiáticos, as magrelas são utilizadas em larga escala e dividem espaço com carros, motos, ônibus e caminhões.
Mas porque isso é possível lá e não é possível aqui? Na minha opinião existem alguns fatores;
·         Timing: uma coisa é colocar bicicletas para dividir espaço com carros em 1970/80. Outra é tentar fazê-lo em 2014! Principalmente depois dos erros feitos em SP já citados anteriormente.
·         Educação: quem frequenta o trânsito paulistano diariamente sabe que educação é algo raro de se encontrar entre motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres. Poucos conhecem as regras e quem as conhece não as respeita. Pois não existe um projeto de educação, apenas um projeto de punição via câmeras. Que pode ser ótimo para os cofres públicos, mas não educa ninguém, nem muda a situação atual;
·         Cultura Ciclística: bicicleta no Brasil é brinquedo de criança, equipamento de lazer ou esportivo. Pouquíssimas pessoas enxergam a bicicleta como meio de transporte. Mesmo assim 300 mil pessoas utilizarem este meio de locomoção diariamente na Grande Sp.

300.000 pessoas é um número considerável, mas se considerarmos os 21.000.000 de habitantes da Grande São Paulo represantam apenas 1,4% da população.

A criação de ciclovias, sozinha, pode até fazer este número de usuários aumentar. Mas para que o aumento do número de usuários atraídos seja grande o suficiente para causar impacto no trânsito, pintar faixas vermelhas na rua não irá resolver. Apenas isso não irá fazer com que pessoas deixem seus carros em casa e optem pela bicicleta. Precisa haver um projeto integrado de conscientização, estímulos e incentivos para criar uma cultura ciclística. Se o projeto for apenas entregar 400km de ciclovias da forma como está sendo feito, é de esperar que desagrade muito mais pessoas do que atraia novos ciclistas.

Na minha opinião (faço questão de ressaltar sempre que é MINHA OPINIÃO) a prefeitura deveria criar todo um pacote para vender a ideia da bicicleta para a população, criando campanhas na internet, televisão, rádio, jornais e revistas, apresentando projetos, a infraestrutura que está sendo montada, a segurança oferecida para quem quiser usar a bicicleta. Associado à isso, baixar impostos sobre as bicicletas (hoje são 40% do preço contra 32% nos carros), incentivar empresas ( como este projeto inglês ) a oferecerem vestiários e bicicletários, ou mesmo construir vestiários e bicicletários públicos para que as pessoas possam se trocar, afinal ninguém quer chegar sujo, suado e fedido no trabalho, criar bicicletários seguros em estações de ônibus, trens e metrô e até incentivos financeiros para quem usar a bicicleta (existem exemplos assim no mundo  França pagará para quem usar a bicicleta )

Mesmo se todas estas medidas forem tomadas, não será possível que todas as pessoas passem a utilizar a bicicleta como meio de transporte. Muitas vezes o tipo de trabalho que a pessoa executa exige vários deslocamentos diariamente, a distância pode ser impeditiva e alguns simplesmente preferem o carro e estão em seu direito. Isso não faz destas pessoas, egoístas, coxinhas, politicamente incorretos, direitistas, elitistas etc...
                Assim como aqueles que após analisar as possibilidades optarem pela bike, não são vagabundos, não tem vida mansa, não são hippies, esquerdopatas etc...
Acredito sim que a o uso da bicicleta como meio de transporte é uma das soluções para a mobilidade urbana na cidade de São Paulo. Ao criarmos um programa que melhore o transporte de massa (ônibus, trens e metro), existam ciclovias interligadas com infraestrutura que propicie condições de segurança e até mesmo conforto (como vestiários) estaremos deixando uma cidade muito melhor de se vivier para as futuras gerações (Lucas, Felipe, Rafael, Dudu, Gabi e Enrico, nova geração de Nitrinis/GianottisVassalos/Capelossis, agradecem).
           
Existe espaço para todos, com planejamento, organização e, principalmente, respeito às opiniões contrárias.

Abs!

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Aprendendo e evoluindo

          Lendo o livro “The Triathlete Trainning Bible” de Joe Friel, alguns anos atrás fiquei com duas frases na cabeça;

1)      Pense como uma abelha e corra como um cavalo de corrida.

2)      Nenhum atleta comete erro maior do que treinar sempre na mesma velocidade.

A primeira ele explica dizendo que cientistas da NASA após inúmeros estudos comprovaram que as abelhas são incapazes de voar, por sua falta de aerodinâmica, peso e tamanho das asas. Elas voam porque nunca pararam para pensar se são capazes ou não. Elas simplesmente voam. E cavalos de corrida não questionam treinos, não trocam Off´s por giros leves, eles treinam o que tem que ser feito e correm no limite.

A segunda se explica por uma máxima bastante conhecida; Não espere resultados diferentes fazendo tudo do mesmo jeito.

                Com estas duas frases na cabeça mudei minha forma de encarar os treinos alguns anos atrás.

Passei a ter dias específicos para treinos fortes e a aceitar sofrer mais durante os treinos. E isso se traduz nos resultados que venho obtendo. Claro que não são resultados de altíssimo nível, mas se compararmos que com 25 anos fiz um olímpico para 2h08 e com 38 anos fiz em 2h04, corri uma meia maratona com 27 anos em 1h28 e com 38 em 1h25 não dá para negar que houve uma melhora. E que como vinho, estou melhorando com a idade (rsrsrs).

                No início do ano tracei uma meta de fazer um olímpico abaixo de 2h05, uma meia com ritmo de 4’00’’/km, um Meio Iron abaixo de 4h30 e uma prova de 10km abaixo de 37’54’’.
                O Olímpico já foi, a meia ficou por um segundo (Golden Four em 1:25:31 – 4’01’’/km), o meio espero cumprir em Pirassununga e falta escolher uma prova de 10km...

                Mas queria relatar especificamente a prova de domingo (Golden Four Asics).

                Desde que fiz minha inscrição, traçamos os treinos (eu, Alê Giglioli e Arthur Alvim, meus mestres) com o objetivo de 4’/km.

                Treino bastante na esteira durante a semana o que facilita bem o controle do ritmo e possibilita treinos progressivos bem definidos (o que gosto bastante e me dou bem com esse tipo de treino).
                Toda segunda fazia um fartlek (algo em torno de uma hora), às quartas tiros (também por volta de 60’), sexta um longo (sempre tentando acabar mais forte) e sábados transições, afinal ainda sou um triatleta.

                Cheguei na prova bastante confiante, o percurso e o clima ajudaram bastante na “quebra do recorde”. Vou dividir a prova em alguns trechos para tentar explicar a sensação em cada um.
                Do primeiro ao terceiro km estava tudo bem tranquilo, média de 4’07’’/km um pouco acima do programado, mas sentindo que estava segurando bem o ritmo, até o km 7 o ritmo ficou oscilando entre 4’ – 4’05’’/km, então encontrei alguns amigos (Julio Dotti entre eles) e isso me puxou um pouco passando os kms 7,8 e 9 abaixo de 4’/km, que apesar de forte, me senti muito bem, então acabei me separando do grupo até para não estragar o ritmo deles.
                Passei os 10km em 40’41’’ me sentindo muito bem, dentro do programado e mantendo bem o ritmo sem sustos e cuidando da alimentação (1 gel a cada 5km e meio copo d’água nos postos de hidratação).

(eu e o Julião no km 7, deu até par faer piada com o fotógrafo)


Os km´s passavam bem rápido e fui escolhendo alvos para tentar acelerar. Escolhia um atleta e ia buscar e assim foi passando a prova.
                Depois do km 16 as pernas já começavam a dar sinais de cansaço. Dores na sola do pé, unhas e posterior da coxa esquerda (uma dor que sempre me incomoda em treinos longos, mas não impossibilita nenhum movimento. É apenas um desconforto leve).

                Talvez estes pequenos sinais tenham tirado um pouco minha confiança para acelerar no final e deixei para fazer isso apenas no km 18, fechando os 3 últimos km com média inferior à 3’51’’/km. Ou seja era possível ter acelerado antes e tirado, quem sabe, esse maldito 1 segundo.

Outra coisa que percebi, foi que mesmo programado para acelerar a cada 7km, após os 3 primeiros km´s, entrei num ritmo quase que constante entre 3’59’’ e 4’04’’ que ficou numa zona confortável e talvez aí tenha me distraído e deixado a progressão de lado. Até por falta de experiência.
                Mas fica o aprendizado. Fazia muito tempo que não corria uma meia maratona “limpa”. Ou seja, sem ter nadado 1.900m e pedalado 90km antes e essa falta de experiência acho que pesou. Mas às vezes vale a pena arriscar um pouco mais, aceitar um sofrimento adicional para buscar um resultado diferente. 

                Cruzar a linha de chegada em 148º geral com 1:25:17 foi muito bom. Objetivo, quase, alcançado. Mas muito satisfeito.
               Com 38 anos, casado, com 2 filhos (e uma esposa) maravilhosos, um trabalho que demanda bastante responsabilidade atingir um resultado como este é bastante gratificante.
                Saia do conforto, busque novos estímulos, novas sensações, deixe doer um pouco mais, inclua um dia por semana de reforço muscular, acerte sua nutrição (uns quilinhos à menos fazem toda a diferença) e colha os frutos do esforço!

Abraços e bons treinos!

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Se fosse fácil...blá, blá, blá...


Há 17 anos atrás participei do meu primeiro Triathlon, mas antes disso passei pelo Futebol de salão e basquete. Na escola joguei vôlei e Handebol, cheguei a fazer alguns treinos de Rúgbi, fiz mountain bike, bicicross, joguei tênis com meu pai... Ou seja, sempre fui um fanático por esportes em geral. E posso dizer que nenhum deles é mais esporte, mais fácil ou melhor que outro.

Porque escrevo isso? Porque poucas coisas têm me irritado mais nos últimos tempos que o tal do “Se fosse fácil chamaria futebol”.

Nos 17 anos de Triathlon uma coisa eu posso dizer. EM relação à todos os outros esportistas, NENHUM TEM O EGO MAIOR QUE TRIATLETA!

O tempo todo tem alguém tentando provar ser o Triathlon o melhor, maior, mais duro, mais difícil, mais impossível de todos os esportes, e que vocês mortais tem que jogar futebol mesmo.

Basta ver as publicações, cheias de recalque, durante a Copa do mundo nas redes sociais:

 “Jogaram 90min e precisam parar no meio para tomar água? Quero ver pedalar 5horas”

“Jogam duas vezes por semana e estão cansados? Vem fazer 20x400m comigo para ver o que é bom”

“tomou uma mordidinha e tá reclamando com o Juiz? Imagina na largada da natação de um Ironman?”

E por aí vai...

Isso para não falar de fotos comparando as lesões de jogadores com triatletas e ciclistas que mesmo após quedas seguiram na prova pois são semideuses frente aos mortais futebolistas, ou comparativos ridículos entre o Tour de France (que aliás começou sábado e vale à pena acompanhar) e a Copa do Mundo.

Eu mesmo já escrevi que jogador de futebol não é atleta aqui no Blog. E confesso que me enganei.

Podemos dizer que existem jogadores de futebol que não são exemplos de atleta. Como Adriano, Ronaldo Gaúcho, Ronaldo Fenômeno em fim de carreira, Romário, Sócrates para ficar apenas nos brasileiros. Mas existem aqueles que são atletas de altíssimo nível! Maicon, Robben, Messi, Cafu etc...

Mas como os jogadores citados como “não atletas” podem se destacar no futebol? Porque o Futebol não segrega jogadores com um físico específico. Um jogador com um talento acima da média pode ser baixinho (Romário), gordo (Neto em 1990 ou Ronaldo no Corinthians), nada atlético e até um pouco lento (Doutor Sócrates) e mesmo assim ser o melhor do Mundo! Nesta lista 2 atingiram este status.

Mas a maioria dos jogadores de futebol, infelizmente, não tem esse talento e precisam sim ser atletas.

Para provar minha teoria recomendo que faça o seguinte teste:

Num campo de 110m de comprimento e 50 de largura, gramado fique trotando aleatoriamente quando alguém soa um apito você corre por 50m o mais rápido que puder controlando uma bola, mudando de direção e sendo puxado e atingido por outra pessoa. Ao chegar ao final dos 50m pule o mais alto que conseguir, respire por 5 segundos e volte correndo até o outro extremo do campo. Repita isso por 90 min ou até somar 8 a 9km (média percorrida por um jogador de futebol).

Feito isso, me escreva como se sentiu ao acordar. Faça isso no domingo, repouse na segunda, treine na terça e repita isso na quarta. Se você não for um atleta, é capaz que não sobreviva até o próximo domingo.
 
*Obs; Seria interessante realizar o teste em campo molhado, em salvador com 31ºC e após 87 min tentar repetir a arrancada do Robben por 35m a 37km/h, com parada, mudança de direção em 90graus reaceleração e chute.

Me considero uma pessoa razoavelmente bem condicionada fisicamente e mesmo assim, quando jogo uma partida de futebol fico uma semana em um estado deplorável. Dores nas costas, nas coxas, nas panturrilhas e até no pescoço!

Voltando ao triatlhon.

Triathlon é um esporte fantástico, combina 3 modalidades distintas (Natação Ciclismo e Corrida) em distâncias que variam de um short (aproximadamente 1 hora) até um Ironman (de 10:00h a 17:00h). Porém!!!!!! O fato do esporte ter modalidades de duração longa como um Ironman não faz dos triatletas mais atletas, melhores, mais fortes do que ninguém.

A duração de um esporte não o torna mais difícil ou melhor que nenhum outro! Ou seria Usain Bolt menos atleta que Haile Gerbselassie? Ou Cesar Cielo menos atleta que Poliana Okimoto?

Ego de Triatleta é algo complicado. Até entre eles (ou nós) existem aqueles que quando chamados de triatletas prontamente respondem: “Não sou triatleta. Sou Ironman”. Não, não é brincadeira! Já presenciei o fato. Existem aqueles que menosprezam as distâncias short e olímpico, pois triatleta mesmo FAZ IRONMAN!!! Já vi tatuagens “Fuck the normal life! I´m an Ironman”.

Enfim, parece que as pessoas não curtem o esporte pelo que ele é, mas sim para se provarem diferentes (melhores) dos demais! Ser o mais resistente, o mais longo, o mais casca-grossa, o mais fodástico de todos!

Triathlon é o esporte que eu pratico há 17 anos e sou absolutamente viciado por ele. Mas nada me impede de acompanhar simultaneamente a Copa do Mundo, a final de Winbledon, a Formula 1, o Tour de France e o amistoso do Corinthians! Isso não faz de mim menos triatleta e nem pior, nem melhor do que ninguém.

Sobre o futebol; é o esporte mais praticado e assistido no mundo! Tem um retorno absurdo para os que nele investem, tem pouco ou nenhum investimento privado (não estou falando de estádios de copa do mundo) e não é o culpado pela falta de exposição ou de investimentos em nenhum outro esporte!
                Assim como qualquer outro esporte, tem seus ídolos, seus vilões, suas falcatruas, seus erros e seus acertos. Mas não é pior nem melhor que nenhum outro!

A única coisa que diferencia o futebol dos demais esportes é o fanatismo! Ou você imagina algum torcedor do Froome ao encontrar um torcedor do Contador, antes mesmo de dizer bom dia após uma vitória do Froome, diga um sonoro CHUUUUUPPPPAAA!!!!

 

Desabafo feito. Abs!

 

sexta-feira, 13 de junho de 2014

COPA DO MUNDO É DO CARA...MBA



Vendo nas redes sociais os comentários de meus amigos triatletas, ciclistas, corredores e demais indignados com o futebol comentando sobre a comemoração de gol roubado, vergonha, esporte "de mentira" etc, etc, etc... Cheguei a conclusão que eles estão corretos, afinal já pensaram se:

1) O maior campeão da maior volta ciclística do mundo perdesse todos os seus títulos por estar envolvido no maior caso de DOPING da história. E os vice-campeões JAMAIS exigirem os títulos e essa volta ficasse sem campeão por sete anos?

2) Se o recordista mundial dos 50m e 100m livres tomasse um "suplemento contaminado" com substância dopante? E você liberado, afinal coitado! Ele nem sabia...

3) Outro dos maiores ciclistas do mundo fosse livrado do doping porque comeu um bife (que devia ter pelo menos meia tonelada) contaminado com clembuterol?

4) Se triatletas amadores e profissionais usassem a "malandragem" (pratica totalmente condenada por mim e usada ontem pelo Fred ao cavar o pênalti mal marcado) e pedalasse no vácuo em provas onde isso é proibido e roubassem as colocações de atletas honestos?

Menos gente, o recalque está passando dos limites!!!

Cada esporte tem suas características, suas virtudes e seus defeitos. Dá para gostar de mais de um ao mesmo tempo. O sucesso de um não leva ao fracasso de outro.

Futebol, tem seus defeitos, suas falcatruas? AOS MONTES!!!! Assim como todos os outros citados, então pessoal, menos recalque, menos invejinha e vamos aproveitar o esporte como entretenimento! Para sair um pouco do dia a dia e relaxar!

Futebol é um esporte fantástico, não é à toa que é o esporte mais praticado e assistido no mundo! Ele mexe com a paixão das pessoas de um jeito que nenhum outro é capaz. E NÃO! O futebol não é culpado por nada de ruim que acontece em nosso país.

Aproveitem a COPA! Copa é legal demais! Dá para se divertir e isso não faz de você um alienado político ou um patriota cego!

Sim, nosso país tem muita coisa errada! Mas sempre que um atleta, seja qual for o esporte, entrar em campo, piscina, quadra, estrada, pista, ginásio, ringue representando as cores verde e amarela ele terá minha torcida!

AQUI É ESPORTE! AQUI É BRASIL!!

Grande abraço!

quarta-feira, 28 de maio de 2014


Minha opinião sobre a realização da Copa do Mundo e sobre as Olimpíadas no Brasil sempre foi a mesma. FUI CONTRA DESDE O INÍCIO.

                Nosso país tem inúmeras prioridades para serem resolvidas antes de realizarmos eventos desta magnitude. Mesmo que o tal “LEGADO” tivesse sido criado da forma como foi prometido pelo então presidente LULA, com 90% de investimento da iniciativa privada e 10% de dinheiro público, os 10% de dinheiro público poderiam ter um destino muito melhor para a população.

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI2872950-EI306,00-Trembala+sera+usado+na+Copa+do+Mundo+diz+Dilma.html

 

                Com tudo isso, quando o então Presidente trouxe ambos eventos para o país, não me lembro de ter visto NENHUM movimento contra a realização dos mesmos. Vi sim, gente elogiando o presidente, colocando-o como “ O CARA” e dizendo que quem o criticava era da oposição e tinha inveja por não ter conseguido estes feitos antes.

                Desde o início em 2007 (7 anos atrás) o então presidente garantiu que faríamos a #copadascopas, que não faríamos tudo perfeito, mas tudo com um “jeitinho brasileiro” (lamentável um presidente oficializar a GAMBIARRA) e garantiu em uma reunião entre empresários e políticos brasileiros e africanos na África do Sul em 2010, que caso o Brasil não estivesse pronto para receber a Copa do Mundo ele voltaria nadando para a África (quando ele começa?).
                                                                (foi dada a largada)

                Agora às vésperas da Copa vejo parte da população protestando contra a FIFA e pergunto; QUE CULPA A FIFA TEM? NENHUMA!!!

                A FIFA não procurou o Brasil para sediar a COPA. O Brasil se candidatou para tal.

                A FIFA é dona da Copa do mundo e define os padrões que ela quer para a realização do seu evento. Cabe a quem se candidata a ser sede ter consciência de que pode ou não se adequar para oferecer tais padrões.

                A falta de competência, gestão, administração de prioridades do nosso Governo conseguiu transformar uma das maiores paixões do Brasileiro em algo ruim.

O que todo brasileiro um dia sonhou, ver uma Copa do mundo em casa, se transformou num motivo de vergonha e ao invés de colocar nosso país no mapa dos grandes eventos, escancarou a péssima situação que vive nosso país. E, de repente o culpado de tudo isso é o futebol e é a FIFA.

                O Brasil tem um péssimo sistema de saúde pública, um péssimo sistema de educação pública, um inexistente sistema de transporte público e não oferece segurança nenhuma para sua população faz tempo! A realização da Copa ou a FIFA não pioraram isso, JÁ ERA RUIM!

                O dinheiro que está sendo (mal) gasto na construção de estádios não brotou nos cofres do governo. Ele já estava lá! E se não fosse utilizado para construção dos estádios, NÃO SERIA DESTINADO nem a saúde, nem à educação, nem ao transporte e nem à segurança! NÃO VAMOS NOS ILUDIR! Nunca foi! Porque seria agora?

                Depois de tudo isso minha conclusão é que SIM, sou contra a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil. Mas entre e ser contra e destruir o que foi feito ou querer impedir a realização do evento existe uma grande diferença. Ser contra é uma coisa, destruir o que foi feito é BURRICE, assim como criticar jogadores de futebol por seus altos salários ou a FIFA por suas exigências.

Vou torcer pela seleção e pelos jogadores e demonstrarei minha indignação nas URNAS em outubro fazendo de tudo para retirar o governo que aí está.

E tomara que o COI abra os olhos e em um ataque de consciência reveja seus planos de realizar os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, para que o povo não tenha como o legado da Copa e das Olimpíadas somente a conta para pagar.

 

Abs

domingo, 6 de abril de 2014

RELATO DE PROVA (parte dela) 70.3 DF

          

Cada prova é um aprendizado. Você pode ter experiência anteriores (no meu caso eram 19 meios ou 70.3) antes deste, mas sempre algo novo acontece e sempre aprendemos.

Decidi fazer o 70.3 Brasília quando perdi a inscrição para o GP Extreme (vacilo), já vinha treinando bem desde o início de Janeiro para o Internacional de Santos (que apesar de toda a confusão que aconteceu serviu para indicar o caminho. Meus objetivos de pedal e corrida somarem 1:40min foram atingidos com (1:37:00), e tinha adicionado um volume de ciclismo para os 100km do GP Extreme. Então tinha um mês para o volume da corrida. O que considerando a experiência prévia era tempo suficiente.

Com apoio do Alexandre Giglioli (www.agiglioli.com.br) e do Arthur Alvim que montaram meus treinos, tudo parecia encaixado. A natação, o ciclismo, a corrida, as transições e a nutrição foram testados nos treinos e todos responderam bem. O Objetivo estava na cabeça e eu me sentindo mais forte que nunca.
Chegou o dia! Viagem tranquila com a minha torcedora Símbolo (ANDRESSA) e um dos meus mais fiéis seguidores (LUCAS, Felipe ficou com a avó em SP), muita água no dia anterior, retirada do Kit, bike check-in (Gerson – GERNA www.gerna.com.br. VOCÊ É O CARA!!!! Minha bike só viaja com você!!), pintura do número, organização das sacolas e todo aquele ritual pré prova.

LARGADA:
1.100 atletas é muita coisa para uma largada só! É um quebra pau sem fim! Todo mundo se batendo, apanhando, esbarrando e só fui conseguir realmente nadar após o contorno da segunda bóia.
A largada em ondas de 400 atletas resolveria isso facilmente.
No retorno da última bóia, o susto. Ao me levantar na água para orientação, dei uma pernada mais forte e CÂIMBRA!!! Mas uma câimbra muito forte na panturrilha direita. Muito estranho, nunca tenho câimbras treinando, ainda mais em uma natação de menos de 2.000m que testei várias vezes antes da prova.
Parei, respirei e segui. Ao subir no deck para sair da água, CÂIMBRA!!! Ao tirar a roupa de borracha CÂIMBRA!!!! Parei alonguei, capacete, sapatilha e vamos pro ciclismo.
A panturrilha direita estava dura feito pau, dava para ver o músculo repuxando e com e tremendo enquanto pedalava, mas o foco era o número mantivemos o ritmo! Primeira volta 49 minutos 36,7Km/h, percurso duro, com vento e à cada subida a panturrilha gritava.
Na segunda volta quando passava pela ponte JK, fui engolido por um Pelotão de uns 15 atletas (lamentável, pois havia fiscalização e nada estava sendo feito, mas isso é outro problema). Como fico muito puto com esses pelotões, levantei e sprintei. Talvez esse tenha sido o erro, pois foi nesse Sprint que travou tudo. A câimbra veio desde a panturrilha até a sola do pé e sentia o dedão do pé direito querendo furar a sola da sapatilha. Parei e deitei, tudo repuxando, tudo travado.
Uma raiva filha da P... de saber que estava em excelentes condições de fazer meu melhor meio e por algum erro, não sei onde. Provavelmente na nutrição, tudo foi jogado fora...
Lá vou eu, entrando no carro da organização e voltando para a área de transição. Encontrei minha amiga Vanessa Bley e chorei feito criança. Liguei para a Dê para contar e lá vem mais choro...choro de raiva, choro de frustração.
Parece que algo sempre dá errado nos meus 70.3...
O pior de tudo foi que o Lucas estava louco para me ver correndo e estava me esperando na T2. Mas foi aí que de repente ganhei meu dia, meu ano e um troféu que nenhum pórtico de chegada, pódio pode me dar.
Ao me ver parado Lucas veio dizendo corre pai! Vai papai! Vai papai!
- Não dá Filhão, papai se machucou.
- Onde pai?
- Aqui, filho na perna.
Ele então abaixou, deu um beijo na batata da perna e falou: “Pronto pai, sarou. Pode ir. Vai! Vai!Vai!”
Pois é, a gente fica chateado quando uma prova não sai como planejado. Mas ganha uma demonstração como essa e vê que pelo menos estamos levando os filhos para o caminho certo. E esse é um TROFÉU que não tem preço!

Então não dá para pensar em parar. É escolher a próxima e correr para esse molequinho gente boa, para o irmãozinho dele e minha Líder de Torcida! Amo vocês!

 



Que venhas as próximas!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

IRONMAN.... AH O IRONMAN...

Escrevi este texto ano passado para o Blog do Grande Ciro Violin. Como é chegada a época do Ironman, reproduzo-o novamente aqui para dar uma força aos amigos!

IRONMAN...AH! O IRONMAN...

Por Betão Nitrini

 
Muitos consideram o Ironman uma prova física. Mas na verdade, na minha opinião, está longe de ser isso. Claro que você precisa se preparar fisicamente, mas a preparação mental é fundamental e muito mais difícil de ser treinada. Para exemplificar esta “teoria” vou usar minhas provas de 2009 e 2010.

No ano de 2009 decidi encarar o iron após 3 anos de ausência (o último havia sido 2006 e antes 2002), pela vontade de fazer um tempo melhor e pela companhia para os treinos. Éramos então, eu, Arthur Alvim, Fabio Barbagli, Fernando Cesário, Bruno D´angelo e Marcos Faria (uma galera que além de ser gente finíssima “anda” forte!).
Tenho por hábito anotar todos os meus treinos em um caderninho, pois me ajuda a comparar velocidades, frequência cardíaca e a evolução nos treinos. E em 2009, entre janeiro e maio, não perdi NENHUM treino de corrida, perdi 6 treinos de natação e 4 de ciclismo (sendo apenas 1 longo).

Fiz todo o planejamento nutricional, mantive o acompanhamento mensal com a nutricionista, fiz fisioterapia, massagem, até musculação (!!!), cheguei em Floripa na quarta feira anterior à prova. Tudo para chegar inteiro na prova, e realmente foi assim que cheguei. Fechei a prova em 10:35 minutos satisfeito com o resultado.

Em 2010 em virtude das mudanças no trabalho, a gravidez da minha esposa e também à redução da empolgação dos amigos citados acima e da minha também. Perdi vários treinos de corrida, vários de ciclismo, aboli a musculação, não fui a nutricionista e cheguei a Floripa sexta à tarde com o intuito de simplesmente fechar a prova. Se o fizesse para menos de 11:00 estaria satisfeito. Como nem tudo é perfeito, na noite anterior quando fui raspar as pernas, meu pé escapou da pia e arranquei um talho de 6 cm de pele da lateral da perna direita (cicatriz que ficou como lembrança desta burrice).

Lá fui eu para a farmácia para comprar gaze, esparadrapo micropore e algo que estancasse o sangramento do maldito corte!
No domingo decidi que iria correr de meia de compressão para segurar o curativo no lugar. Entrei na área de transição e coloquei um kit de curativo para fazer após a natação e após o ciclismo (lá se iam uns bons minutos de transição).
Largada!!! Natação e aquele curativo querendo soltar a água do mar fazendo arder pacas o corte e eu nadando! Etapa cumprida! Troquei o curativo, peguei minhas coisas e saí para pedalar, aí percebo que meu garmin havia ficado ligado na sacola e não tinha mais bateria e eu não tenho cateye na bicicleta! 

 



Conclusão, fiz a prova toda na percepção de esforço, olhava para os outros e pensava: esse cara pedala forte na USP, se eu passar é por que estou bem e assim foram os 180km, quando saí da transição para correr me ofereceram um cronômetro para que eu pudesse ter pelo menos a noção do tempo de prova e do ritmo de corrida, ignorei os pedidos! AGORA VAI DO INÍCIO AO FIM NA PERCEPÇÃO!

E assim foi. Acreditem ou não, sem saber o tempo da prova, a velocidade da bike, o ritmo da corrida ou o tempo da natação, tendo que trocar os curativos e sem a qualidade dos treinos de 2009, fechei a prova com 10:08. 27 minutos abaixo do ano anterior! Provavelmente se não tivesse perdido tanto tempo para torcar os curativos do maldito corte, teria realizado o sonho do sub-10h (Ah!!! As desculpas dos triatletas...)

O que eu quero dizer com isso? Que apesar de estar melhor treinado em 2009, a cabeça fica presa a ritmos, velocidades médias, frequência cardíaca etc... e esquecemos que estamos ali para nadar, correr e pedalar dentro de um esforço máximo que suportamos e não existe forma melhor de controlar seu corpo do que ouví-lo! Fui obrigado pelas circunstâncias à fazê-lo e tive meu melhor desempenho. Fica minha dica para todos que estarão no IMB2012, OUÇAM SEUS CORPOS!!! Acompanhem pelo Garmin, pela FC, pelo cateye, mas não se baseie por isso! Seu corpo pode passar informações menos claras, mais muito mais confiáveis que nossas bugigangas tecnológicas!

Abraços!