Meus amores

Meus amores

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Esse cara tá tomando!!

(foto postada por Renato Fabri)
 

Com o caso Lance Armstrong e após a divulgação da notícia de quem um atleta campeão da categoria 55-59 no mundial de 70.3 em Las Vegas, o assunto doping tomou espaço nas discussões de todos os atletas, sejam eles amadores ou profissionais. E as opiniões se dividem com relação aos dois casos. Por isso decidi escrever aqui a MINHA OPINIÃO (que fique bem claro).

Caso Lance Armstrong:

Minha impressão pessoal sobre LA; um sobrevivente do câncer que conseguiu de maneira fantástica, retomar sua vida e, mais do que isso, voltar a ser um atleta de Elite.
Esses feitos já seriam suficientes para colocá-lo em um patamar de visibilidade e notoriedade para o resto da sua vida, divulgando sua "fundação", angariando patrocínios etc...

Mas a ganância do ser humano (e das empresas e instituições que o cercam) não permitiram que ele parasse por aí.
Foi então criada uma rede de mentiras, envolvendo atletas, dirigentes, médicos, patrocinadores etc... Que se mostrou uma organização criminosa digna de José Dirceu e seus aceclas.
 
Criminosa SIM, pois alterar resultados de eventos esportivos é crime e é isso que foi feito.

Após toda esta investigação LA foi banido do esporte e perdeu todos os seus 7 títulos da volta da França.

Justo? Claro!
Ele é o único que usa substâncias ilícitas? Claro que não!
Agora é aproveitar o momento e fazer uma limpeza no Ciclismo! Testem todos os atletas do Pro Tour, do primeiro ao último, quantas vezes forem necessárias para devolver a credibilidade ao Ciclismo.

Alguns dizem que o atleta profissional ao se dopar, o faz como influência do meio. Assim como um jovem que fuma ou bebe para ser aceito pelos seus pares. BOBAGEM! Um jovem que fuma ou bebe para ser aceito pelos amigos, o faz por BURRICE! O Atleta que se dopa por influência do meio o faz por falta de caráter! Por querer levar vantagem de forma ilícita!

Lance Armstrong é um herói?
Na luta contra o Câncer; SIM! (e não me venham com teorias da conspiração de que ele forjou a doença para se dopar, acho que é um pouco demais)
No esporte, DE JEITO NENHUM!

Doping entre os amadores:

Quantas vezes não ouvi a frase: ESSE CARA TÁ TOMANDO!!!

Dirigida à amigos, conhecidos e à mim mesmo.
Quando o Mundo Tri divulgou que testariam os amadores em KONA, houve nas redes sociais uma chuva de posts do tipo: "agora pegam todo mundo!", "agora eu quero ver", "a casa vai cair para vários" etc...
E quando foi anunciado que um atleta campeão do 55-59 foi pego no anti-doping foi a mesma coisa: "se pegou só um foi pouco!",  "foi um faltam vários"...

De novo, MINHA OPINIÃO, acho que tem muita gente que quer justificar seu desempenho, ou o não atingimento de uma meta pessoal, diminuindo o sucesso alheio. Ou seja, eu não consegui a vaga, ou o pódium, mas todos esses caras que chegaram na minha frente "tomam", ou "não trabalham"...

Vocês já viram o que esses caras treinam? Há quanto tempo treinam? O histórico esportivo deles? Tem muita coisa envolvida no "andar muito" além do "tomar alguma coisa".

Tem gente que usa substâncias ilegais? Claro que tem! Mas não são todos e não são a maioria!
Vamos nos focar nos nossos treinos, na nossa alimentação, na nossa rotina e nos nossos resultados, que tenho certeza, seremos mais felizes fazendo nosso esporte.

E digo mais, vamos esquecer um pouco os resultados! Vamos treinar, vamos nos divertir, vamos dar risada. Pois como disseram meus amigos Luiz Eng e Daniel Bettito, TREINAR É MUITO MAIS LEGAL QUE COMPETIR!!!

Abs e bons treinos!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

TRISTAR 111 RIO DE JANEIRO - Minhas impressões e opiniões


 
Como o assunto tem gerado muitos posts nas mídias sociais e tomado grande parte das conversas entre o pessoal, vou aproveitar esse espaço para fazer algumas considerações sobre a prova. Se estou certo ou errado cabe a vocês analisarem, pois esta é a visão que eu como atleta tive da prova.

 

1)   Entrega dos Kits:

Muito bem organizada, staffs gentis e preparados e informações claras.

Expo ainda pequena, afinal o Evento ainda não tem tradição, mas creio que isso pode vir a acontecer.

 

2)   BIKE CHECK IN:

Também muito bem organizado no mesmo nível da entrega dos Kits.

Vale ressaltar aqui a preocupação da organização com os racks para a colocação das bicicletas. Sem dúvida nenhuma, os melhores que já vi até hoje nesses quase 15 anos de triathlon.

 

3)   ÁREAS DE TRANSIÇÃO (minha opinião; não sei quais foram as reais necessidade disso)

Achei desnecessária a criação de duas áreas de transição diferentes (para quem não foi, a T1 era em um local e a T2 em outro). Mas não creio que isso seja ponto negativo ou positivo. Se bem organizado não há problema. E durante a prova não senti nenhum prejuízo causado por esta situação.

 

4)   NATAÇÃO:

Faltou a montagem do “curral” de largada, ou uma faixa, ou algo que delimitasse a área de largada.

A mudança do percurso na última hora atrapalhou um pouco também (provavelmente esta mudança teve algo à ver com a ondulação e ventos, gostaria de saber a razão). Mas creio eu que se as boias que sinalizavam o percurso fossem maiores (eram cubos de aproximadamente 1,5m de lado) e com cores mais contrastantes (eram pretas ou brancas) seria mais fácil a navegação.

 

5)   CICLISMO:

Com relação ao percurso nada a comentar, as juntas de dilatação na Perimetral são chatas, mas não chegaram a ser problemas, tanto que não me lembro de ter visto atletas com pneus furados nesta parte do percurso. O asfalto estava em bom estado. Quem pedala na USP, na Av. Portuária em Santos, como eu deve ter achado um tapete!

Acho que o tamanho do percurso x o número de atletas é que foi equivocado, 5 voltas de 20km com mais de 600 atletas era óbvio que ia dar confusão. E é aí que vem minha indignação.

Recebemos alguns dias antes da prova um Briefing com slides com o regulamento da prova, onde um dos slides fazia referência ao controle de vácuo.

É sabido que o controle de vácuo é um problema mundial. Quem acompanhou o Ironman em Kona este sábado sabe do que estou falando. Porém a solução não está nas mãos da organização ou dos atletas somente. É uma solução compartilhada entre as duas frentes.

Os atletas tem que conhecer a regra e cumpri-la. E a organização tem que fazer a regra ser cumprida (sem medo). Sempre que há a sensação de impunidade, infelizmente a maioria tende a descumprir as regras em benefício próprio quando a fiscalização é falha. Constatação triste, MAS REALISTA.

 

Desculpas de atletas do tipo:

1)               Era impossível não andar na roda!

2)               Estava todo mundo na roda. Então fui também

3)               Eu estava puxando o pelotão o tempo todo, só na hora que fotografaram ou filmaram é que reduzi e fui engolido pelo pelote.

Não são cabíveis! Eu mantive meu ritmo dentro do meu plano e dentro daquilo que sei que sou capaz durante os 100km, fui ultrapassado por 3 pelotes e não entrei em nenhum deles. E quem quiser fazer isso pode fazer sem problema nenhum.

Com relação à organização; se existe uma regra que diz que existe uma área de vácuo compreendida por um retângulo de 7m x 3m, onde nenhum atleta pode permanecer por mais de 15 segundos durante as ultrapassagens, a organização tem que cumpri-la com rigor, seja com 1, com 10 ou com TODOS os atletas que descumprirem a regra! Se durante o percurso os atletas começam a ver outros atletas sendo penalizados com cartões, “stop and go”, penalty box etc... a reincidência diminui. Pois como eu disse, quando há percepção por parte dos atletas que a regra está sendo cumprida, eles tendem a se policiar.
Quando a prova termina e você está de cabeça quente, sua primeira reação é xingar tudo e a todos, procurar fotos que comprovem que houve pelotões na prova, postar os nomes de quem estava no vácuo. Mas passado o tempo, você percebe que não são estas as atitudes mais corretas. O melhor a fazer é sentar e escrever sua opinião e encaminhar aos organizadores buscando o melhor para o seu esporte.
              
Ainda no percurso do ciclismo o ponto de hidratação apresentava alguns problemas. Era muito curto, com poucos staffs e com garrafas tradicionais de água e/ou isotônico. O que tornava impossível que os atletas levassem a água, pois estas garrafas além de não possuírem as tampas “esportivas” não cabem nos suportes das bicicletas.

A entrada para T2 estava muito mal sinalizada o que causou confusão e até fez com que alguns atletas fossem “obrigados” a dar uma volta a mais, pois passaram do ponto de entrada e ouve desencontro de informações com os staffs.

6)   CORRIDA:

A área da T2 não apresentou nenhum problema digno de nota. Assim como o percurso da corrida.

7)   DISPERÇÃO E ENTREGA DAS SACOLAS:

A entrega dos kits foi confusa, talvez pela existência de duas áreas de transição o que dificultou a logística das 3 sacolas (street, bike, run).

8)   RESULTADOS:

 

Ainda não temos até o momento (17/10, 09:11 a.m) os resultados com as parciais divulgados.

 

Como eu disse anteriormente, essa é a minha visão sobre a prova e pontos que podem ser melhorados.

São vários pontos, mas nenhum deles me faria deixar de participar de uma próxima etapa que, por ventura, venha a ser realizada.

Fiz meu primeiro Triathlon em 1998, meu primeiro Long Distance em 2000 e meu primeiro Ironman em 2002, se eu me deixasse levar pelas primeiras impressões das provas naqueles momentos, talvez não estivesse praticando o esporte que amo até hoje.

Nosso esporte é carente de provas e de empresas organizadoras, se quando aparecer uma empresa disposta a realizar novos eventos, todos nos unirmos para destruir a prova, criticar pura e simplesmente. Nosso esporte não evoluirá. Cabe a nós como atletas apoiarmos as iniciativas, demonstrarmos nossas insatisfações e ajudarmos como pudermos.

 

Uma sugestão que eu gostaria de colocar para os organizadores é que numa próxima etapa, considerem a hipótese de conceder um desconto para aqueles atletas que prestigiaram a primeira etapa, assim como foi feito pela WTC com o primeiro 70.3 Miami que apresentou algumas falhas também.

 

Fico a disposição dos organizadores para ajudar como eu puder e naquilo que acharem que está ao meu alcance.

 

Abraços e bons treinos!