Meus amores

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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Post do Blog do José Cruz

Acho que é nossa responsabilidade divulgar!

 

Doping no triathlon


Por Julio Alfaya
Presidente da Federação de Triathlon do Estado do Rio de Janeiro
Em outubro do ano passado, o triatleta Raphael Menezes participou de uma prova internacional no México, na cidade de Huatulco.
Na ocasião, ele foi escolhido para exame anti-doping. Ao chegar ao local do exame, o responsável pelo mesmo ofereceu-lhe um frasco para coleta e o atleta questionou que o fato fugia ao procedimento normal em que deveriam ser oferecidos três frascos para que ele escolhesse um deles. O responsável insistiu que a coisa era assim mesmo e sentindo-se pressionado e sem a presença do representante da Confederação Brasileira de Triathlon (que se negou em acompanhá-lo), ele fez a coleta.
Meses depois, saiu o resultado do exame, dando positivo para a substância Clenbuterol. A quantidade encontrada era tão pequena, que apenas um laboratório no mundo, que fica no Canadá, tinha condições de detectá-lo. Essa quantidade, segundo especialistas, era insuficiente para trazer qualquer benefício para o atleta, podendo, até mesmo, prejudicá-lo em sua performance.
Raphael, desde o primeiro momento, declarou-se inocente e, a exemplo do ciclista espanhol Alberto Contador (pego com a mesma substância no Tour de France, e recentemente absolvido), alegou que a contaminação poderia ter sido na ingestão de comida naquele país, pois se lembrava de que havia comido um frango, que mais parecia um "avestruz" nas próprias palavras do atleta.
A Confederação, por sua vez, abandonou-o à própria sorte e, curiosamente, não divulgou este fato, até que o COB confirmasse o aumento no valor do repasse dos recursos da Lei Piva.
Recentemente tomamos conhecimento de um comunicado da agencia alemã de controle anti-doping, alertando os atletas de futebol que participarão do mundial sub-17 no México, quanto ao perigo de ingestão de alimentos contaminados com esta substância.
Ao que tudo indica, tendo em vista o perfil do atleta, totalmente avesso ao uso de substâncias dopantes, trata-se de ingestão involuntária. Mas o agravante é que a Confederação não expediu nenhum alerta quanto à isso, não acompanhou o atleta no exame, e abandonou-o (como já disse) à própria sorte.
Raphael ficou sabendo do resultado no dia de seu casamento. Em seguida perdeu o emprego no SESI, desmotivou-se para continuar treinando, apesar de ter vencido uma das mais tradicionais competições de Triathlon no Brasil, o Troféu Brasil na cidade de Santos/SP e encontra-se em grande depressão psicológica.
O atleta está custeando todas as despesas com advogado para sua defesa que acontecerá na Suíça, com honorários, passagens (dele e do advogado), etc.
Recentemente a CBTri respondeu aos meus questionamentos informando que todo atleta deve ser preocupar com a sua alimentação, e que dispõe de médico para orientação. Niguém sabia da existência deste médico, e até agora, não me forneceram o nome do mesmo nem as formas de contato com ele, pois quero fazer algumas perguntas diretamente a ele.
Concordo que todo atleta deve ser responsável pelo que ingere, mas a omissão da Confederação, tanto em caráter preventivo quanto de acompanhamento do caso, é flagrante e abominável.
        Os atletas, assim como os presidentes de federações como eu, são meros figurantes para esta grande peça de teatro chamada esporte no Brasil, onde a preocupação maior é com a bilheteria

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