Meus amores

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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

TRISTAR 111 RIO DE JANEIRO - Minhas impressões e opiniões


 
Como o assunto tem gerado muitos posts nas mídias sociais e tomado grande parte das conversas entre o pessoal, vou aproveitar esse espaço para fazer algumas considerações sobre a prova. Se estou certo ou errado cabe a vocês analisarem, pois esta é a visão que eu como atleta tive da prova.

 

1)   Entrega dos Kits:

Muito bem organizada, staffs gentis e preparados e informações claras.

Expo ainda pequena, afinal o Evento ainda não tem tradição, mas creio que isso pode vir a acontecer.

 

2)   BIKE CHECK IN:

Também muito bem organizado no mesmo nível da entrega dos Kits.

Vale ressaltar aqui a preocupação da organização com os racks para a colocação das bicicletas. Sem dúvida nenhuma, os melhores que já vi até hoje nesses quase 15 anos de triathlon.

 

3)   ÁREAS DE TRANSIÇÃO (minha opinião; não sei quais foram as reais necessidade disso)

Achei desnecessária a criação de duas áreas de transição diferentes (para quem não foi, a T1 era em um local e a T2 em outro). Mas não creio que isso seja ponto negativo ou positivo. Se bem organizado não há problema. E durante a prova não senti nenhum prejuízo causado por esta situação.

 

4)   NATAÇÃO:

Faltou a montagem do “curral” de largada, ou uma faixa, ou algo que delimitasse a área de largada.

A mudança do percurso na última hora atrapalhou um pouco também (provavelmente esta mudança teve algo à ver com a ondulação e ventos, gostaria de saber a razão). Mas creio eu que se as boias que sinalizavam o percurso fossem maiores (eram cubos de aproximadamente 1,5m de lado) e com cores mais contrastantes (eram pretas ou brancas) seria mais fácil a navegação.

 

5)   CICLISMO:

Com relação ao percurso nada a comentar, as juntas de dilatação na Perimetral são chatas, mas não chegaram a ser problemas, tanto que não me lembro de ter visto atletas com pneus furados nesta parte do percurso. O asfalto estava em bom estado. Quem pedala na USP, na Av. Portuária em Santos, como eu deve ter achado um tapete!

Acho que o tamanho do percurso x o número de atletas é que foi equivocado, 5 voltas de 20km com mais de 600 atletas era óbvio que ia dar confusão. E é aí que vem minha indignação.

Recebemos alguns dias antes da prova um Briefing com slides com o regulamento da prova, onde um dos slides fazia referência ao controle de vácuo.

É sabido que o controle de vácuo é um problema mundial. Quem acompanhou o Ironman em Kona este sábado sabe do que estou falando. Porém a solução não está nas mãos da organização ou dos atletas somente. É uma solução compartilhada entre as duas frentes.

Os atletas tem que conhecer a regra e cumpri-la. E a organização tem que fazer a regra ser cumprida (sem medo). Sempre que há a sensação de impunidade, infelizmente a maioria tende a descumprir as regras em benefício próprio quando a fiscalização é falha. Constatação triste, MAS REALISTA.

 

Desculpas de atletas do tipo:

1)               Era impossível não andar na roda!

2)               Estava todo mundo na roda. Então fui também

3)               Eu estava puxando o pelotão o tempo todo, só na hora que fotografaram ou filmaram é que reduzi e fui engolido pelo pelote.

Não são cabíveis! Eu mantive meu ritmo dentro do meu plano e dentro daquilo que sei que sou capaz durante os 100km, fui ultrapassado por 3 pelotes e não entrei em nenhum deles. E quem quiser fazer isso pode fazer sem problema nenhum.

Com relação à organização; se existe uma regra que diz que existe uma área de vácuo compreendida por um retângulo de 7m x 3m, onde nenhum atleta pode permanecer por mais de 15 segundos durante as ultrapassagens, a organização tem que cumpri-la com rigor, seja com 1, com 10 ou com TODOS os atletas que descumprirem a regra! Se durante o percurso os atletas começam a ver outros atletas sendo penalizados com cartões, “stop and go”, penalty box etc... a reincidência diminui. Pois como eu disse, quando há percepção por parte dos atletas que a regra está sendo cumprida, eles tendem a se policiar.
Quando a prova termina e você está de cabeça quente, sua primeira reação é xingar tudo e a todos, procurar fotos que comprovem que houve pelotões na prova, postar os nomes de quem estava no vácuo. Mas passado o tempo, você percebe que não são estas as atitudes mais corretas. O melhor a fazer é sentar e escrever sua opinião e encaminhar aos organizadores buscando o melhor para o seu esporte.
              
Ainda no percurso do ciclismo o ponto de hidratação apresentava alguns problemas. Era muito curto, com poucos staffs e com garrafas tradicionais de água e/ou isotônico. O que tornava impossível que os atletas levassem a água, pois estas garrafas além de não possuírem as tampas “esportivas” não cabem nos suportes das bicicletas.

A entrada para T2 estava muito mal sinalizada o que causou confusão e até fez com que alguns atletas fossem “obrigados” a dar uma volta a mais, pois passaram do ponto de entrada e ouve desencontro de informações com os staffs.

6)   CORRIDA:

A área da T2 não apresentou nenhum problema digno de nota. Assim como o percurso da corrida.

7)   DISPERÇÃO E ENTREGA DAS SACOLAS:

A entrega dos kits foi confusa, talvez pela existência de duas áreas de transição o que dificultou a logística das 3 sacolas (street, bike, run).

8)   RESULTADOS:

 

Ainda não temos até o momento (17/10, 09:11 a.m) os resultados com as parciais divulgados.

 

Como eu disse anteriormente, essa é a minha visão sobre a prova e pontos que podem ser melhorados.

São vários pontos, mas nenhum deles me faria deixar de participar de uma próxima etapa que, por ventura, venha a ser realizada.

Fiz meu primeiro Triathlon em 1998, meu primeiro Long Distance em 2000 e meu primeiro Ironman em 2002, se eu me deixasse levar pelas primeiras impressões das provas naqueles momentos, talvez não estivesse praticando o esporte que amo até hoje.

Nosso esporte é carente de provas e de empresas organizadoras, se quando aparecer uma empresa disposta a realizar novos eventos, todos nos unirmos para destruir a prova, criticar pura e simplesmente. Nosso esporte não evoluirá. Cabe a nós como atletas apoiarmos as iniciativas, demonstrarmos nossas insatisfações e ajudarmos como pudermos.

 

Uma sugestão que eu gostaria de colocar para os organizadores é que numa próxima etapa, considerem a hipótese de conceder um desconto para aqueles atletas que prestigiaram a primeira etapa, assim como foi feito pela WTC com o primeiro 70.3 Miami que apresentou algumas falhas também.

 

Fico a disposição dos organizadores para ajudar como eu puder e naquilo que acharem que está ao meu alcance.

 

Abraços e bons treinos!

 

 

 

 

 

               

               

               

8 comentários:

  1. Oi Beto tudo bem ? Parabéns pela prova

    Concordo com tudo o que vc disse , tenho a mesma visão.

    Mas acho que as transições não foram juntas por uma questão de espaço físico. A T1 estava bem apertada , como o percurso da natação era pequeno o povo saiu meio que junto e para chegou no meio , como eu foi difícil achar lugar no chão para tirar a roupa. Da mesma forma da fila sem nenhuma organização para pegar as sacolas.

    Mas é isso ai , acho que dentro de tudo eles estão de parabéns pela coragem e empreendedorismo de fazer a prova e continuar ano que vem (serão 3 ou 4 etapas)

    Um abraço e bons treinos

    Fernando Asdourian

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    1. Valeu Fernando! Parabens para voce tambem! Infelzimente a maioria das pessoas usam as redes sociais para reclamar, xingar mas ninguem sugere nada.
      Uma pena.
      Abs

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  2. Gostei da sua idéia sobre cobrar da organização da prova e apoia-los sobre a iniciativa. Não participei, mas vejo que os pontos fracos relatados são comuns a outras provas. Talvez uma associação dos atletas amadores que compartilham destas idéias de uma prova mais justa ( imagino que deve ser a maioria) tenha mais força para que as regras sejam cumpridas e também para facilitar a divulgação e crescimento das provas que privilegiam o ATLETA, com preços justos, boa estrutura, prova justa e tudo mais que queremos, podendo tanto a prova quanto o esporte crescerem juntos...

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  3. Beto,
    O caminho é justamente o que você fez. Escrever, divulgar e exigir que as organizações das provas apliquem de forma criteriosa porém severa as normas que elas próprias criam.
    É prova sem vácuo ? Então penalidade em quem descumprir.
    E tem gente que reclama do Troféu Brasil...(nenhuma procuração para defender o Núbio), mas ele se esforça para cumprir a regra, às vezes até demais.

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  4. Na boa, no TB os pro vão todos no vácuo. Acessória fazendo pace na corrida, até correndo do lado e pegando gatorade da mão do staffara outro atleta eu já vi...

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  5. Beto, em primeiro lugar, desculpe por postar como anônimo. Infelizmente não possuo perfil em nenhuma rede social.
    Concordo com a maioria dos seus pontos. Acho que se tivesse lido o seu post logo depois da prova, teria discordado de tudo em razão da cabeça quente, mas agora de cabeça fria, acho que faz sentido.
    Meus pontos:
    Toda a comunicação pré-prova deficitária. Website mais interessado em promover celebridades, glamour e pontos turísticos em detrimento do esporte em si.
    Achei um absurdo um stand na expo vendendo mercadoria pirata, ou OEM como os eufemistas chamam.
    Achei a largada da natação uma verdadeira bagunça, com o locutor perdido perdido..
    Ciclismo - um verdadeiro absurdo uma moto da organização "escoltando" um pelote.
    Hidratação mal posicionada, curta e com garrafas fora do padrão conforme mencionado por você.
    Corrida - Placa do retorno/chegada virada ao contrário. Vi alguns atletas passando direto na primeira volta.
    Bike/Sacola Checkout - Mais de uma hora de fila. Inaceitável.
    Resultados - Inacreditavelmente ainda nao temos os resultados completos depois de quase uma semana.
    Bom, como comentário construtivo, acho que a organização precisa ter gente mais despachada na próxima vez, bem como pensar mais no lado esportivo e menos em sustentabilidade, glamour, festas e etc.
    Abraço e bons treinos,
    Luis Felipe

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  6. Beto, só um ponto para complementar sua opinião sobre referida prova.
    Nunca pedalei na USP ,sou de Bh e hj moro em Juiz de Fora, em ambas não consigo pedalar em asfaltos regulares, nem em Pirassununga e nem IM Brasil (característica do Brasil), mas a Perimetral "SIM" tirou atletas !!!no mínimo 15, somente na Perimetal e eu fui um deles pela primeira vez abandonei uma prova com 30k de ciclismo, e o pior!!!!! solicitei no mínimo 8 vezes mecânico para pessoas diferentes e não tive resposta!!!

    E até hj estou com "dor de corno" !!! não sei se vou para Pirassununga ou não, meio que raiva e preguiça sei lá!!! sei que esta dúvida foi originada pelo abandono meu da prova e da organização comigo e outros 15 atletas!Abraços, Eduardo Bruno.

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  7. Eduardo, malares Xe abater por um abandono! Retome os treinos e vá para Pira! A prova lá é muito legal, alem de o ambiente ser muito bom!
    Infelizmente nao poderei ir esse ano.

    Abs

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